terça-feira, 31 de julho de 2012

Chávez comemora entrada da Venezuela no Mercosul e diz que quer exportar petróleo para o Brasil

Brasília - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, comemorou a entrada do país no Mercosul e disse que propôs à presidenta Dilma Rousseff a exportação de petróleo cru para o Brasil. Chávez está em Brasília para selar o ingresso do país no bloco e jantou com Dilma e ministros do Palácio da Alvorada.
A Venezuela é dona de uma das maiores reservas mundiais de petróleo, e, segundo Chávez, deve alcançar este ano a produção diária de 3,5 milhões de barris. Como o Brasil ainda importa petróleo, o presidente disse que sugeriu a Dilma a exportação do óleo venezuelano para o país.
“Propusemos hoje e a presidenta se mostrou muito interessada que a Venezuela exporte petróleo cru ao Brasil. O Brasil ainda importa petróleo e nós estamos incrementando nossa produção. Este ano, a Venezuela vai chegar a [produzir de] 3 milhões de barris a 3,5 milhões”, disse Chávez ao deixar o Palácio da Alvorada pouco depois da meia-noite, após quatro horas de encontro.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e a presidenta da Petrobras, Graça Foster, também estavam no jantar, além dos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e do assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
Além de petróleo, Chávez disse que a Venezuela está pronta para firmar outros acordos com o Brasil e que o ministro Fernando Pimentel deve ir a Caracas nos próximos dias com um grupo de empresários brasileiros interessados em fechar parcerias com venezuelanos. A compra de 20 aeronaves modelo 190AR da Embraer pela estatal venezuelana de aviação, que será fechada hoje (31), é apenas um dos negócios entre os dois países, segundo o presidente bolivariano.
“É milionário o acordo, são várias centenas de milhares de dólares. Mas é um projeto até modesto em relação ao mapa de projetos que temos com o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], a Refinaria Abreu e Lima, alianças petroleiras, energéticas”, disse, sem revelar as cifras do contrato com a Embraer.
Após mais de cinco anos de negociação para a entrada da Venezuela no Mercosul, Chávez disse que o ingresso, que será oficializado hoje, “completa uma equação” e vai fortalecer o bloco. “Esperamos este dia por muitos anos. Para a Venezuela é muito importante, porque esse é o nosso rumo, é o nosso projeto, a união sul-americana. E para o Mercosul uma porta gigantesca se abriu. O Mercosul agora é Caribe. É um passo histórico e reformará completamente a união sul-americana”, avaliou.
Segundo Chávez, a entrada de seu país no Mercosul fortalece “o caráter democrático” do bloco, assim como a atitude do grupo de suspender o Paraguai após o impeachmeant sumário do então presidente Fernando Lugo. “Quando a democracia retornar ao Paraguai, seremos os primeiros a levantar as mãos para apoiar e aprovar o reingresso do Paraguai ao bloco”, disse.
A entrada da Venezuela no Mercosul será oficializada hoje em Brasília, em uma cúpula extraordinária dos líderes dos países que formam o bloco: Dilma, o presidente uruguaio, Pepe Mujica, e a presidenta argentina, Cristina Kirchner.
Com o ingresso da Venezuela, o Mercosul contará com uma população de 270 milhões de habitantes (70% da população da América do Sul), registrando um Produto Interno Bruto (PIB) em valores correntes de US$ 3,3 trilhões (o equivalente a 83,2% do PIB sul-americano) e um território de 12,7 milhões de quilômetros quadrados (72% da área da América do Sul), de acordo com o Itamaraty.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Contaminação do solo fez piso de casa aquecer até 80ºC, em Maceió

Residência fica localizada na Ponta Grossa, em Maceió
O acúmulo de matéria orgânica e a contaminação do solo e da água foram os fatores apontados como responsáveis pelo superaquecimento do piso de uma casa localizada na Rua Marquês de Pombal, no bairro de Ponta Grossa, em Maceió. Um laudo do Instituto do Meio Ambiente, divulgado na manhã desta sexta-feira (20), atesta que os resultados das análises do material coletado comprovam que o vazamento de esgotos e fossas na região estão provocando uma reação química que libera calor.

O fenômeno, que foi sentido há cerca de duas semanas, intrigou especialistas e atiçou a curiosidade da população, quando os donos da casa revelaram que a temperatura do solo chegava a 80 graus Celsius.

A análise foi realizada por químicos, biólogos, engenheiros-químicos e geólogos do IMA e da Universidade Federal (Ufal). Em laboratório ficou constatada a presença de gás Sulfídrico em uma quantidade 400 vezes superior ao normal e uma grande quantidade de coliformes fecais, o que indica a contaminação do solo por esgotos e fossas da região. "Este gás se forma a partir de uma ação bacteriana resultante da decomposição de matéria orgânica. Ela é mais frequentemente encontrada em rios poluídos e estação de tratamento de esgoto", explicou o diretor técnico do IMA, Ricardo César Barros de Oliveira..

Segundo ele, toda a área de entorno da residência está contaminada, não sendo descartada a possibilidade da ocorrência de novos aquecimentos em outras moradias. Diante disso, o IMA vai encaminhar à Prefeitura Municipal uma recomendação para a instalação de canos que facilitem a dispersão do gás acumulado no solo, além de uma obra de saneamento básico em toda região para conter o vazamento de esgotos e fossas.

Os técnicos do IMA voltarão à residência na próxima segunda-feira (23), para a coleta de novas amostras do solo e da água, que também apresentou índice de contaminação.

Na última sexta-feira (13), equipes do Corpo de Bombeiros, do IMA, Defesa Civil Municipal e funcionários da Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU) ficaram intrigados com o superaquecimento do piso da casa de propriedade de Ademir Pereira que, segundo ele, começou a elevar-se de forma misteriosa e chegou a atingir 80 graus.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Como e porquê separar o lixo?


A reciclagem reduz, de forma importante, impacto sobre o meio ambiente: diminui as retiradas de matéria-prima da natureza, gera economia de água e energia e reduz a disposição inadequada do lixo. Além disso, é fonte de renda para os catadores.



A preservação do meio ambiente começa com pequenas atitudes diárias, que fazem toda a diferença. Uma das mais importantes é a reciclagem do lixo. As vantagens da separação do lixo doméstico ficam cada vez mais evidentes. Além de aliviar os lixões e aterros sanitários, chegando até eles apenas os rejeitos (restos de resíduos que não podem ser reaproveitáveis), grande parte dos resíduos sólidos gerados em casa pode ser reaproveitada. A reciclagem economiza recursos naturais e gera renda para os catadores de lixo, parte da população que depende dos resíduos sólidos descartados para sobreviver.

Segundo a última pesquisa Nacional de Saneamento Básico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são recolhidas no Brasil cerca de 180 mil toneladas diárias de resíduos sólidos. O rejeito é resultante de atividades de origem urbana, industrial, de serviços de saúde, rural, especial ou diferenciada. Esses materiais gerados nessas atividades são potencialmente matéria prima e/ou insumos para produção de novos produtos ou fonte de energia.


Mais da metade desses resíduos é jogado, sem qualquer tratamento, em lixões a céu aberto. Com isso, o prejuízo econômico passa dos R$ 8 bilhões anuais. No momento, apenas 18% das cidades brasileiras contam com o serviço de coleta seletiva. Ao separar os resíduos, estão sendo dad os os primeiros passos para sua destinação adequada. Com a separação é possível: a reutilização; a reciclagem; o melhor valor agregado ao material a ser reciclado; as melhores condições de trabalho dos catadores ou classificadores dos materiais recicláveis; a compostagem; menor demanda da natureza; o aumento do tempo de vida dos aterros sanitários e menor impacto ambiental quando da disposição final dos rejeitos.


O que é reciclável?


É reciclável todo o resíduo descartado que constitui interesse de transformação de partes ou o seu todo. Esses materiais poderão retornar à cadeia produtiva para virar o mesmo produto ou produtos diferentes dos originais.

Por exemplo: Folhas e aparas de papel, jornais, revistas, caixas, papelão, PET, recipientes de limpeza, latas de cerveja e refrigerante, canos, esquadrias, arame, todos os produtos eletroeletrônicos e seus componentes, embalagens em geral e outros.

Como separar o lixo doméstico?


Não misture recicláveis com orgânicos - sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes. Coloque plásticos, vidros, metais e papéis em sacos separados.


Lave as embalagens do tipo longa vida, latas, garrafas e frascos de vidro e plástico. Seque-os antes de depositar nos coletores.


Papéis devem estar secos. Podem ser dobrados, mas não amassados.


Embrulhe vidros quebrados e outros materiais cortantes em papel grosso (do tipo jornal) ou colocados em uma caixa para evitar acidentes. Garrafas e frascos não devem ser misturados com os vidros planos.


O que não vai para o lixo reciclável?


Papel-carbono, etiqueta adesiva, fita crepe, guardanapos, fotografias, filtro de cigarros, papéis sujos, papéis sanitários, copos de papel. Cabos de panela e tomadas. Clipes, grampos, esponjas de aço, canos. Espelhos, cristais, cerâmicas, porcelana. Pilhas e baterias de celular devem ser devolvidas aos fabricantes ou depositadas em coletores específicos.


E as embalagens mistas: feitas de plástico e metal, metal e vidro e papel e metal?


Nas compras, prefira embalagens mais simples. Mas, se não tiver opção, desmonte-a separando as partes de metal, plástico e vidro e deposite-as nos coletores apropriados. No caso de cartelas de comprimidos, é difícil desgrudar o plástico do papel metalizado, então descarte-as junto com os plásticos. Faça o mesmo com bandejas de isopor, que viram matéria-prima para blocos da construção civil.


Outras dicas:


Papéis:
todos os tipos são recicláveis, inclusive caixas do tipo longa-vida e de papelão. Não recicle papel com material orgânico, como caixas de pizza cheias de gordura, pontas de cigarro, fitas adesivas, fotografias, papéis sanitários e papel-carbono.

Plásticos:
90% do lixo produzido no mundo são à base de plástico. Por isso, esse material merece uma atenção especial. Recicle sacos de supermercados, garrafas de refrigerante (pet), tampinhas e até brinquedos quebrados.

Vidros:
quando limpos e secos, todos são recicláveis, exceto lâmpadas, cristais, espelhos, vidros de automóveis ou temperados, cerâmica e porcelana.

Metais:
além de todos os tipos de latas de alumínio, é possível reciclar tampinhas, pregos e parafusos. Atenção: clipes, grampos, canos e esponjas de aço devem ficar de fora.

Isopor:
Ao contrário do que muita gente pensa, o isopor é reciclável. No entanto, esse processo não é economicamente viável. Por isso, é importante usar o isopor de diversas formas e evitar ao máximo o seu desperdício. Quando tiver que jogar fora, coloque na lata de plásticos. Algumas empresas transformam em matéria-prima para blocos de construção civil.

CURIOSIDADES:

  • A reciclagem de uma única lata de alumínio economiza energia suficiente para manter uma TV ligada durante três horas.
  • Cerca de 100 mil pessoas no Brasil vivem exclusivamente de coletar latas de alumínio e recebem em média três salários mínimos mensais, segundo a Associação Brasileira do Alumínio.
  • Uma tonelada de papel reciclado economiza 10mil litros de água e evita o corte de 17 árvores adultas.
  • Cada 100 toneladas de plástico reciclado economizam 1 tonelada de petróleo.
  • Um quilo de vidro quebrado faz 1kg de vidro novo e pode ser infinitamente reciclado.
  • O lacre da latinha não vale mais e não deve ser vendido separadamente. As empresas reciclam a lata com ou sem o lacre. Isso porque o anel é pequeno e pode se perder durante o transporte.
  • Para produzir 1 tonelada de papel é preciso 100 mil litros de água e 5 mil KW de energia. Para produzir a mesma quantidade de papel reciclado, são usados apenas 2 mil litros de água e 50% da energia.
  • Cada 100 toneladas de plástico economizam uma tonelada de petróleo.
  • O vidro pode ser infinitamente reciclado.
  • Com informaçoes: Ascom - MMA 
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  • Fonte: jornalbrasil 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Apple volta atrás e retoma uso de selo ambiental em seus produtos

A atitude inicial da Apple foi considerada negativa em relação à concorrência na fabricação de eletrônicos, tratando-se de um anti-exemplo para a indústria. l Foto: Nintaro/SXC

Há uma semana a Apple anunciou a retirada do selo EPEAT, de cuidado ambiental, de seus produtos. A decisão foi bastante criticada por grupos ambientalistas e autoridades governamentais. Em resposta a empresa voltou atrás e anunciou o retorno do certificado.

“Nós temos ouvido recentemente que muitos clientes fiéis da Apple ficaram decepcionados ao saber que nossos produtos haviam sido retirados do sistema de classificação EPEAT. Eu reconheço que isso foi um erro. A partir de hoje, todos os produtos da Apple voltam a ser certificados pela EPEAT”, declarou Bob Mansfield, vice-presidente sênior de Engenharia de Hardware da Apple, em comunicado divulgado no site da empresa norte-americana.

Os produtos que contêm o selo precisam ser fabricados com matéria-prima reciclável e de maneira que após o descarte as peças sejam facilmente desmontadas, para permitir a retirada dos componentes tóxicos. Assim que o anúncio da retirada do certificado foi anunciado, o CEO da EPEAT, Robert Frisbee, informou que a única alegação da empresa foi o fato de que o design dos produtos não era mais compatível com as normas da organização.

Além de não ser bem vista pelos padrões de consumo, a atitude inicial da Apple foi considerada negativa em relação à concorrência na fabricação de eletrônicos, tratando-se de um anti-exemplo para a indústria. Portanto, o fato de a empresa voltar atrás na decisão foi comemorado como parte do esforço em tornar a produção de computadores mais sustentável.

Outro fato positivo trazido por este acontecimento foi a visibilidade dada à EPEAT, já que antes do anúncio da Apple muitas pessoas desconheciam o selo e da existência de normas ambientais. Com informações do TreeHugger

Meio ambiente deve estar na pauta das Forças Armadas, diz senador

Forças Armadas também devem se preocupar com meio ambiente, diz Capiberibe


Em discurso nesta segunda-feira (16), o senador João Capiberibe (PSB-AP) afirmou que as mudanças climáticas e a proteção ao meio ambiente também devem estar na pauta das Forças Armadas.
 
– É fundamental integrar as questões ecológicas e ambientais à nossa estratégia de defesa de segurança nacional – disse.
 
O senador informou que a França já incluiu as questões ambientais e ecológicas em suas estratégias de defesa e segurança nacional. Segundo ele, os franceses elaboraram dois relatórios sobre o assunto, um da Secretaria Geral da Defesa e da Segurança Nacional e outro de um grupo de deputados.
 
Os documentos tratam do impacto das mudanças climáticas na segurança e defesa nacionais.
– Os franceses constataram que há mais de 15 anos os especialistas do Pentágono imaginam as guerras de amanhã com fortes componentes ambientais e ecológicos – acrescentou.
 
As autoridades militares americanas, disse Capiberibe, já anteveem o crescimento de conflitos com causas ambientais, como no caso de refugiados climáticos, disputa por acesso a recursos naturais e energéticos (água, alimentos e petróleo principalmente) e degradação de biomas e ecossistemas.
 
– Esta última preocupação está diretamente relacionada à Amazônia, até porque, na medida em que se desmata a Amazônia, esse desmatamento irá provocar, certamente, mudanças climáticas nos Estados Unidos. A minha pergunta é se o governo americano irá ficar de braços cruzados – observou.
 
Para Capiberibe, é hora de o governo brasileiro e as Forças Armadas passarem a pensar as questões ambientais, com esse enfoque específico.
 
– Gostaria de conhecer as reflexões efetuadas pelas nossas Forças Armadas no tocante às grandes questões ecológicas: mudanças climáticas, perda de biodiversidade, esgotamento de recursos naturais e, finalmente, as poluições dos meios naturais (água, ar e solos) – disse.
Agência Senado/montedo.com
 
 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Novo estudo explica porque o tomate moderno tem o gosto de papelão


No verão, os tomates parecem tão promissores: sua cor forte e saturada e sua fragrância única anunciam uma exuberante mordida doce-salgada. No entanto, dia após dia, o tomate de supermercado nada faz além de nos desapontar. Como um fruto com tanto potencial pode ter sempre um gosto ligeiramente aguado, ou o que é pior, mais parece um pedaço farinhento de papelão?

Sabemos que os tomates modernos são colhidos verdes e tratados com pesticidas antes de chegar às prateleiras – e que a indústria agrícola produz alimentos para render lucros, não apurar o sabor. Serão esses fatores os culpados pela insipidez do tomate?

Mesmo se forem colhidos já maduros e transportados com todo o cuidado, os tomates modernos não fedem nem cheiram. Pesquisadores analisaram essa questão e recentemente descobriram uma origem genética para tamanha sensaboria.

A culpa é de uma mutação genética descoberta acidentalmente há 70 anos e rapidamente incorporada nos cultivos. Na verdade, a mutação ocorre em quase todos os tomates modernos. Por quê? É ela que confere a sedutora e uniforme cor escarlate dos tomates maduros.

Para azar dos amantes do fruto encarnado, como descreve um artigo publicado na revista Science, a mutação desativa um importante gene, responsável por produzir o açúcar e os aromas essenciais para a formação de um tomate perfumado e saboroso.

Quando os pesquisadores “ligaram” o gene desativado, o fruto maduro passou a ter 20% mais açúcar e de 20% a 30% mais carotenoides. No entanto, sua cor esverdeada e heterogênea não deve agradar aos grandes produtores, e continuaremos a devorar tomates que evocam átimos do sabor de seus antepassados.

Para quem mora perto de uma horta ou pretende cultivar tomates no quintal, há um jeito de escapar do gosto de papelão. As espécies selvagens e os tomates “heirloom”, uma variedade genética mais antiga, não perderam seu sabor devido ao cruzamento seletivo – e você pode comprá-los ou cultivá-los. Talvez não pareçam tão apetitosos como uma fruta da Disney, mas têm gosto... imaginem só, de tomate!


Você se importa com o meio ambiente?

sábado, 14 de julho de 2012

O que afundou o etanol


São Paulo - Como é possível afundar um setor inteiro da economia em apenas três anos? O governo brasileiro fez, de uns tempos para cá, um esforço danado para destruir algo que vinha dando muito certo: a indústria de etanol. Até quatro anos atrás, o combustível feito da cana-de-açúcar parecia destinado a transformar a economia brasileira. 

De olho em seu potencial, chegou ao Brasil gente muito pouco acostumada a perder dinheiro, como as multinacionais Shell, British Petroleum e Bunge e até os investidores  Steve Case, fundador da empresa de internet AOL, e George Soros. 

O ápice aconteceu em 2008, quando os investimentos em novas usinas chegaram a 10 bilhões de dólares — e o volume de etanol vendido superou o da gasolina. Parecia o início de um movimento, mas foi, na verdade, seu pico. Entre 2009 e 2012, o setor de etanol só deu más notícias.

A produção de cana caiu 18% em 2011. E não há nenhum grande projeto previsto para os próximos anos. De longe, o principal culpado pela crise do etanol é a política de preços de combustíveis do governo, que mantinha há nove anos o preço da gasolina estável. No fim de junho, parecia que, finalmente, Brasília acordaria para o drama causado pelo subsídio à gasolina. 

Falou-se num aumento de cerca de 15% nos preços. Mas logo seria jogado um balde de gelo em quem estava animado com essa perspectiva. A Petrobras anunciou um reajuste de 7,83% no preço da gasolina. Na prática, abastecer com gasolina vai continuar a ser mais barato do que usar álcool nos próximos meses. 

É um sinal de que 2012 deve ser tão difícil para usineiros brasileiros quanto os últimos três anos. Qual foi a receita para afundar um setor inteiro em apenas três anos? A seguir, a equação que deixa tão difícil a tarefa de ganhar dinheiro com etanol no Brasil. 

1 Preços controlados

O maior inimigo dos usineiros é o mesmo que, há poucos anos, prometia ser seu maior aliado — o governo federal. No fim de 2008, a Petrobras começou a prospectar petróleo na camada do pré-sal. Foi a senha para o petróleo passar de vilão nacional a salvador da pátria. 

Todas as atenções se voltaram para os combustíveis de origem fóssil. Em meio a tudo isso, o etanol acabou um tanto esquecido. A política de controle de preços da Petrobras começou a corroer os resultados de quem produz álcool combustível — o custo dos usineiros, afinal, não é fixo, ao contrário do preço da gasolina.

Os impostos da gasolina caíram de 47% para 35%, segundo a União da Agroindústria Canavieira, permitindo que a Petrobras elevasse o preço da gasolina na refinaria sem que o aumento chegasse ao consumidor final. O objetivo do governo, como se sabe, é controlar a inflação, mesmo que, para isso, seja necessário sacrificar o caixa da Petrobras.

O problema, para quem produz etanol, é que só faz sentido abastecer com álcool se seu preço for no máximo 70% do preço da gasolina — já que sua eficiência como combustível é menor. Resultado: desde 2009 não tem valido a pena para o consumidor abastecer com etanol. E assim, desestimulado, o setor pôs o pé no freio.

Os usineiros pedem redução de impostos. Segundo os empresários do setor, o etanol é mais tributado do que a gasolina se considerados os impostos por quilômetro rodado, já que o rendimento do etanol é menor. Nem mesmo os recentes estímulos à compra de automóveis surtirão efeito.

Em maio, o governo cortou os impostos que incidem sobre os carros novos e facilitou o crédito para o setor automotivo, com o objetivo de desovar o estoque das montadoras. Mas, com o preço da gasolina controlado, abastecer com álcool vai continua­r  a ser uma desvantagem.

E os carros que saírem dos pátios vão usar gasolina, não etanol. Segundo empresários do setor, esse é, de longe, o principal motivo para a crise recente. Não é o único, como se verá adiante.  

2 Crise financeira 

As dívidas do setor só fazem crescer. Passaram de 7 bilhões de dólares, em 2006, para mais de 25 bilhões de dólares, no ano passado. Os grupos que investiram em produção antes da crise de 2008 tomaram muito dinheiro emprestado — e, com os anos difíceis que vieram depois, ficou mais complicado pagar os empréstimos. 

Grandes multinacionais, como a indiana Renuka, a espanhola Abengoa e a singapurense Noble, decidiram colocar à venda suas usinas no país. Ficou tão difícil ganhar dinheiro que Rubens Ometto, fundador da Cosan e maior usineiro do país, decidiu diversificar seus investimentos. 

Hoje, ele investe em setores mais estáveis, como distribuição de gás e logística. Em entrevista recente a EXAME, definiu o setor de açúcar e álcool como uma montanha-russa. 

3 Baixa produtividade 

A disparada dos gastos das usinas também atrapalhou. Em uma década, os custos de produção dobraram, puxados por fatores como a multiplicação do preço do aço, matéria-prima usada para construir novas usinas, e dos salários dos cortadores de cana. O encarecimento das terras também pesou. 

A baixa produtividade foi outro fator a deprimir o setor sucroalcooleiro. De um lado, algumas usinas adotaram variedades de cana-de-açúcar mal-adaptadas a novas áreas de produção, como Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins. De outro, a sucessão de problemas climáticos, como falta de chuvas ou geada em excesso, exerceu papel de vilão. 

A crise financeira secou a oferta de crédito, o que impediu as endividadas empresas de investir na renovação dos canaviais, tarefa essencial para aumentar o rendimento das lavouras. Tudo somado, a produtividade caiu de quase 90 toneladas por hectare, em 2009, para 69 toneladas, em 2011. 

“Essa é a produtividade que obtínhamos nos anos 70”, diz Ismael Perina Júnior, presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil.  

4 Expansão do açúcar e do álcool anidro  

Para complicar ainda mais a situação, o aumento da frota de veículos forçou o Brasil a elevar as importações de gasolina. Elas passaram de 9 000 barris diários, em 2009, para 80 000 barris, em 2012. Com o aumento do consumo de gasolina nos últimos anos, a fabricação do álcool anidro, aquele que é adicionado à gasolina, engoliu parte do terreno antes ocupado pelo hidratado, o etanol que o consumidor compra nos postos de combustíveis. 

Além disso, as usinas têm dado pre­ferência à produção do açúcar, que, no momento, tem preços mais atrativos no mercado internacional. Resultado: o Brasil precisou até importar etanol no ano passado. Quase 1 bilhão de litros do combustível veio do exterior, sobretudo dos Estados Unidos. 

Essa situação era inimaginável até 2008, quando o etanol de cana-de-açúcar brasileiro era cantado como um produto muito mais eficiente do que aquele produzido do milho nos Estados Unidos. “Não é aceitável vermos o etanol reduzido à mera condição de aditivo da gasolina”, diz Miguel Rossetto, presidente da Petrobras Biocombustível (Pbio).  

Há saída? 

Se o Brasil quiser de fato se tornar uma potência em energia renovável, vai precisar dobrar sua produção de etanol até 2020, segundo estimativas de especialistas. Isso exigirá a construção de pelo menos 120 usinas e a moagem anual de 1,2 bilhão de toneladas de cana. 

Do jeito que a coisa está hoje, quem vai investir 1 real sequer nesse negócio? “Temos um problema estrutural no setor, já que a produção de etanol está com a margem de lucro nula ou negativa. Nessas condições, não se pode esperar novos investimentos do setor privado”, diz Pedro Parente, presidente da Bunge Brasil, terceira maior empresa do setor. 

A única forma de começar uma virada, segundo especialistas, é mudar a política de preços da Petrobras. O etanol continua a ser uma fonte de energia renovável e menos poluente do que as derivadas do petróleo. Enquanto o preço da gasolina for usado para controlar a inflação, o governo fará com o etanol o mesmo que vem fazendo há três anos: levando-o à lona. 


Dano ambiental de cemitérios motiva prisões

Quatro pessoas foram presas ontem durante a Operação Dignidade, coordenada pela Secretaria de Segurança do Rio, para investigar denúncias de crime ambiental em três cemitérios de Duque de Caxias. Policiais realizaram a operação nos cemitérios do Pilar, de Xerém e do Corte Oito.

Segundo o delegado José Rezende, titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) da Polícia Civil, os presos, Aline Pascoal Oliveira, Gabriel Ribeiro, Cássia Silva Santos e Ana Penha Souza, são administradores dos cemitérios onde foram encontradas irregularidades, como o despejo de ossadas a céu aberto, o possível desaparecimento do corpo de uma criança de 5 anos (no Corte Oito), falta de licença ambiental, falta de alvará, irregularidade na lavagem dos corpos e despejo irregular de necrochorume no lençol freático.

Investigações da Polícia Federal apontam que um delegado da instituição, Marcelo Nogueira de Souza, estaria à frente das irregularidades. Ele controlaria sete funerárias que expulsaram as concorrentes de Duque de Caxias e hoje monopolizam a administração dos cemitérios do município.

O delegado estava cedido ao governo do Rio desde 2007, mas no último dia 1.º pediu exoneração e voltará a ser lotado na Polícia Federal. Souza não foi encontrado para falar sobre a denúncia. Ele será intimado a depor.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Queremos um Brasil com florestas


Anda meio esquecido mas continua a ser relevante: 17 de julho é o Dia de Proteção das Florestas.  Nos últimos anos, essa data passou a ter uma importância ainda maior para quem deseja manter as florestas do Brasil frente à atual ofensiva antiárvore empreendida no Congresso Nacional. Dessa forma, o Greenpeace promoverá uma ciberação.

O objetivo do Dia de Mobilização Online pelas Florestas é angariar mais assinaturas ao projeto de lei de iniciativa popular pelo Desmatamento Zero. Ela terá início às 15 horas e se estenderá até as 22 horas.

Desde março, quando a campanha foi lançada, mais de 380 mil pessoas assinaram a petição. Até o fim de 2013, espera-se chegar à marca de 1,4 milhão de assinaturas.

Logo, esta é uma excelente oportunidade para mandar um recado ao governo e aos congressistas: queremos um Brasil com florestas.

Serão disponibilizados banners, fotos e algumas mensagens para divulgar esse movimento. As hashtags a serem usadas serão #BrasilcomFlorestas e #DesmatamentoZero.

A participação de todos é essencial. Doe por alguns instantes suas contas nas redes sociais para que a nossa mensagem repercuta em alto e bom som por todo país.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Apple explica rompimento com certificação verde

Segundo a companhia, “os produtos da Apple são superiores em outros aspectos ambientais importantes que não são medidos pela EPEAT”

Christian Costa

São Paulo – A Apple justificou a retirada de seus produtos do crivo da EPEAT, sistema que avalia o quanto aparelhos eletrônicos não agridem o meio ambiente.

Segundo a companhia, “os produtos da Apple são superiores em outros aspectos ambientais importantes que não são medidos pela EPEAT”.

De acordo com o site The Loop, uma representante da Apple, Kristin Huguet, garantiu que a empresa usa padrões ambientais rigorosos para desenvolver seus produtos, sendo que vários não são considerados pela EPEAT.

A declaração veio pouco após anúncio de que São Francisco pararia de comprar os computadores da Apple em função do rompimento com a EPEAT. Os representantes da cidade firmaram compromisso em 2007 de comprar apenas produtos eletrônicos em alinhamento com as normas do sistema de medição.

Segundo o The Loop, a declaração da Apple tem fundamento. O site afirma que companhias com mais de uma centena de produtos aprovados pela EPEAT não obedecem ao padrão Energy Star de consumo eficiente de energia e nem divulgam suas emissões de gases tóxicos – duas medidas positivas para o meio ambiente que são adotadas pela Apple.

A próprio EPEAT admitiu, durante entrevista em março ao GreenBiz, que precisava atualizar seus critérios, além de adequar seus padrões a smartphones e tablets, que ainda não são analisados pela ferramenta.

A Apple foi criticada ontem por ter descartado o uso dos critérios da EPEAT, com os quais atuava desde 2007, e com os quais podia comemorar sua atitude ecologicamente correta. Houve especulações sobre o MacBook Pro com tela Retina ser o principal motivo para a decisão, devido a dificuldades com seu desmonte e reciclagem.


ENERGIA SOLAR CHEGA À REDE EM 2013


Por Patrícia Lauretti, do Jornal da Unicamp – As usinas hidrelétricas correspondem a 70,3% da capacidade instalada de produção de eletricidade no Brasil, segundo o Boletim de Monitoramento do Sistema Elétrico Brasileiro de abril/2012, publicado pelo Ministério de Minas e Energia. Os investimentos em energia eólica cresceram bastante nos últimos anos e, atualmente, são 1.479 megawatts (MW) instalados. Mas, na opinião dos especialistas, faltava um olhar mais atento do governo federal em relação à energia solar fotovoltaica, ou seja, a obtida através da conversão direta da luz do sol em eletricidade. O cenário positivo começa a se desenhar a partir do Projeto Estratégico: “Arranjos técnicos e comerciais para inserção da geração solar fotovoltaica na matriz energética brasileira” ou, simplesmente, a “chamada 13” da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), cujo objetivo é diversificar a matriz energética brasileira. São 18 projetos aprovados para várias concessionárias, totalizando 25 MW de potência instalada. Pela primeira vez, a eletricidade gerada vai para a rede e será distribuída para os consumidores, já a partir do início do ano que vem.
 
Docentes e pesquisadores da Unicamp estão envolvidos em um deles, que tem como proponente a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), que investiu R$ 13 milhões no projeto. Para o professor Ennio Peres da Silva, do Laboratório de Hidrogênio (LH2), do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGH) “este é um marco para a energia fotovoltaica no Brasil porque é o momento de introdução dessa tecnologia no País. Sempre falávamos no futuro e agora o futuro chegou”.

Para se ter uma ideia, até hoje no Brasil, o máximo da capacidade de energia solar instalada era de 6 MW, provenientes de unidades criadas no Prodeem (Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios), para atender a comunidades isoladas.  Com a “chamada 13”, acapacidade de geração no Brasil, de modo geral, vai ser ampliada mais de quatro vezes. Hoje, a energia solar fotovoltaica também é usada em situações especiais, como na operação de telefones de emergência e outros equipamentos em rodovias.

Batizado pela CPFL de “DE-0045”, o projeto terá duração, a contar de março de 2012, de 36 meses de trabalho com a instalação de usinas em Campinas, na subestação Tanquinho da CPFL e na Unicamp, além de dois aerogeradores pararealização de testes de um sistema híbrido com a energia eólica, com 5 kW de potência instalada. A maior usina terá capacidade de produção de 1 megawatt (MW) em Tanquinho, enquanto, na Unicamp, serão instalados quatro conjuntos de painéis de diferentes tecnologias, de 15 quilowatt (kW) cada.

Além do professor Peres, participam os docentes Ernesto Ruppert Filho, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), e Luiz Antonio Rossi, da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri), todos pesquisadores do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe) da Unicamp. Os três devem orientar pelo menos seis trabalhos de mestrado, doutorado e iniciação científica relacionados ao projeto. A CPFL está envolvida com 19 empresas coligadas.

Também integram o projeto de cooperação três empresas spin-offs, ou seja, que nasceram a partir de experiências que começaram na Unicamp: a Hytron, a Eudora Solar e o Instituto Aqua Genesis. O diretor executivo da Hytron, João Carlos Camargo, doutor em planejamento energético pela Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp, é o coordenador geral.

Um aspecto da “chamada 13” é permitir a utilização de recursos obrigatórios de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em um projeto estratégico cooperativo com viabilidade comercial, como este. A Unicamp já atuava como parceira da companhia no projeto denominado DE – 0042 para o desenvolvimento de tecnologias e geração solar/eólica de 20 kW. Com a instalação das plantas, os pesquisadores da Unicamp vão iniciar os estudos de medições, simulações e também de aprimoramento das tecnologias já desenvolvidas para a conexão à rede elétrica da energia fotovoltaica gerada. “A melhoria do controle dos conversores eletrônicos de potência é uma delas”, diz Ruppert Filho, orientador da pesquisa que resultou no primeiro conversor trifásico para a conexão de painéis solares à rede elétrica.

Os painéis necessários para a captação da luz solar serão comprados pelas empresas consorciadas à CPFL, e serão testados modelos nacionais e internacionais. Da mesma forma, os aerogeradores. Os docentes explicam que a eletricidade disponibilizada na rede não pode ser armazenada, enquanto energia elétrica, em grandes quantidades. Por isso, o sistema de distribuição é controlado de forma a equacionar o consumo. Com a utilização da energia solar fotovoltaica gerada, o fornecimento da energia elétrica de outras fontes pode ser reduzido. “O que acaba resultando em economia não só da energia, mas de todos os recursos que envolvem a produção de eletricidade”, afirma Peres.

Somente como ilustração, a energia solar que será gerada nesta cooperação entre Unicamp e CPFL seria suficiente por si só, para o abastecimento contínuo de 150 casas de classe média por um dia. A integração da energia fotovoltaica com a eólica na rede é uma novidade, de acordo com Peres. “Precisamos estudarcomo compatibilizar essas energias, aliando-as aos dados do clima, para evitar perdas. Há uma série de condições que precisam ser atendidas”.

A falta de reservas foi uma das causas do “apagão” de 2001, por exemplo. O professor Rossi acrescenta que, nesse sistema, a rede serve de armazenamento, já que a energia fotovoltaica só poderia ser mantida em baterias, que são inviáveis do ponto de vista econômico, devido à grande quantidade de eletricidade produzida. “A diversificação da matriz energética vai permitir maior segurança do sistema de abastecimento nacional”, ele complementa.

O analista de inovação da CPFL Energia Antonio Roberto Donadon ressalta a importância da parceria com a Unicamp. “A cooperação é fundamental para o treinamento de pessoas para o mercado. A construção de pequenas usinas em todo o país vai representar um custo menor da energia no futuro. Esses projetos nos fornecem curvas de aprendizado que são fundamentais.”

Outro estudo do projeto refere-se ao aspecto ambiental. A pesquisadora Carla Cavaliero, do Instituto Aqua Genesis, afirma que um aspecto a ser analisado é a possibilidade de obtenção de créditos de carbono. “O que está sendo evitado de emissões de gases de efeito estufa e como será feita essa contabilidade são levados em conta. O estudo considera ainda que, ao gerar energia elétrica com as fontes eólica e solar fotovoltaica no horário diurno, uma parcela da geração hidrotérmica será deslocada, podendo reduzir as emissões de gás carbônico. Além disso, foi realizado um estudo do potencial eólico e solar fotovoltaico na área de concessão da CPFL Energia, indicando os locais de maior aproveitamento energético”.

Aerogeradores - Os experimentos com os aerogeradores, responsáveis pela obtenção de energia elétrica por meio do vento, objetivam, em um primeiro momento, obter as chamadas curvas de potência, ou curvas de desempenho. Um túnel de vento, ou na realidade um “soprador”, deve simular várias velocidades de vento e medir a produção de energia elétrica. De acordo com Rossi, “será feita extrapolação e projeção da produção anual de energia elétrica, usando a curva obtida e o perfil de vento por meio de medições com anemômetros e anemoscópios; usaremos o Atlas Eólico do Estado de São Paulo, que tem a previsão de ser concluído em julho. Caso contrário, vamos recorrer ao do Estado do Rio Grande do Sul ou o do Estado do Ceará, que já estão disponíveis”. Nestes Estados, a CPFL tem investimentos e participação em empresas regionais de geração e de distribuição de energia.

Os dois aerogeradores testados serão um nacional instalado em local ainda a ser definido, e outro importado na subestação Tanquinho. Segundo o docente, em campo, os pesquisadores poderão medir a produção anual de energia elétrica e comparar com o que foi projetado. “Além disto, serão avaliados os impactos que estes sistemas poderão causar na rede elétrica de baixa tensão, objetivando eliminá-los ou minimizá-los”, diz.


Marca retira 100 mil garrafas do meio ambiente com linha Save the Future

Para confeccionar uma bermuda são necessárias seis garrafas l Foto: Divulgação

Diversos órgãos voltados à preservação dos recursos naturais diagnosticaram o tempo em que os materiais demoram em se decompor no meio ambiente. O plástico, utilizado em uma garrafa pet, por exemplo, demora aproximadamente 450 anos para voltar a ser parte integrante do meio em que foi retirado.

A Cobra D’agua, marca especializada em moda jovem, atinge o número de 100 mil garrafas PET retiradas do meio ambiente. Esse material está servindo como matéria prima para a confecção da linha “Save the Future”, que conta com um mix de peças elaboradas com material reciclado. Para se ter uma ideia, para confeccionar uma bermuda são necessárias seis garrafas e cada camisa é equivalente a menos duas garrafas no meio ambiente.

Na família de produtos da linha, a Cobra D’agua conseguiu implantar sua essência de maneira sutil, respeitando as características da marca e seguindo o apelo socioambiental. “O tecido das peças são provenientes da reciclagem e possuem programação visual mais leve, sempre associada aos elementos da natureza”, afirma Ademar Brumatti Jr, diretor da marca. Além disso, as peças seguem uma cartela de cores mais claras e têm modelagem mais confortável.

O processo de elaboração das peças que compõe a linha Save the Future é minucioso. Para as camisetas, por exemplo, as tintas utilizadas nas estampas são elaboradas à base d’água sem a adição de solventes agressivos ao meio ambiente. As peças também não passam por estufas, o que raciona energia elétrica.

Fundada em 1988 pelo empresário Lucas Izoton, a marca capixaba conta com 12 mil pontos de vendas espalhados pelos 27 estados brasileiros.

Ondas em praia da Califórnia são iluminadas por azul misterioso à meia-noite

O estranho fenômeno é causado por uma grande quantidade de algas presentes na praia do Oceano Pacífico

 

 

O fotógrafo Steve Skinner consegiu captar imagens belíssimas em uma praia da Califórnia, no Oceano Pacífico. À meia-noite, tudo estava escuro, mas cada onda que se formava em uma praia famosa de surf da região foi retratada com um flash azul muito diferente.



Steve visitou a praia especialmente para captar o estranho fenômeno causada por algas nas águas da praia de Swami. Quando as ondas se formam, as algas emitem um flash de luz azul - chamado de bioluminescência - e provocando essas imagens espetaculares.



Apesar da beleza visual do fenômeno, a grande quantidade de algas é prejudicial uma vez que diminui o oxigênio da água, prejudicando o ambiente marinho. Durante o dia, elas geram uma cor castanho-avermelhada conhecida como maré vermelha.

 

Fonte: revistamarieclaire 

Brasil tem o equivalente a duas Franças em áreas degradadas, diz Ministério do Meio Ambiente

Rio de Janeiro – Se o Brasil recuperasse suas áreas degradadas – terras abandonadas, em processo de erosão ou mal utilizadas – não seria preciso derrubar mais nenhum hectare de floresta para a agropecuária. A avaliação é de técnicos e pesquisadores reunidos hoje (11), durante o 9º Simpósio Nacional de Recuperação de Áreas Degradadas (9º Sinrad), que ocorre no Rio até dia 13.

O diretor do Departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fernando Tatagiba, estimou em até 140 milhões de hectares o total de terras nessa situação no país, área superior a duas vezes o tamanho da França. O ministério está finalizando seu novo plano plurianual, que dará grande importância à recuperação da terra como forma de evitar o empobrecimento das populações e prevenir a derrubada de mais áreas de florestas.

“Neste plano está estabelecida uma meta de elaborar, até 2015, um plano nacional de recuperação de áreas degradadas, que necessariamente deve ser feito com políticas integradas com outros setores da sociedade. Não existe um número preciso [de terras degradadas], mas gira em torno de 140 milhões de hectares. É um grande desafio que temos pela frente, de superar esse passivo, pois essas áreas geram prejuízos enormes para o país e trazem pobreza para o produtor rural”, disse Tatagiba.

Segundo o diretor, existem áreas degradadas em todos os biomas e regiões do país. “Obviamente, onde a ocupação humana é mais antiga, existem áreas mais extensas, como é o caso da Mata Atlântica. Mais recentemente, temos o Cerrado. Na Amazônia, as áreas degradadas estão localizadas em locais de mineração e no chamado Arco do Desmatamento [faixa de terra de pressão agrícola marcada por queimadas e derrubadas, ao sul da Amazônia, do Maranhão ao Acre]”, explicou.

Tatagiba considerou que se as áreas degradadas forem recuperadas, não seria preciso derrubar mais nenhum hectare de floresta para agricultura e pecuária, ainda que na prática nem toda área possa ser totalmente recuperada.

“Para reduzir a pressão sobre florestas, há necessidade de se recuperar pastagens degradadas, que são em torno de 15 milhões de hectares. Se você recupera a capacidade produtiva dessa pastagem, elimina a necessidade de suprimir uma área equivalente em florestas. Além disso, é preciso aumentar a produtividade da pecuária, pois não tem cabimento um boi por Maracanã [equivalente a um hectare]”, comparou Tatagiba.

Para o chefe do Centro Nacional de Pesquisa de Agrobiologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Agrobiologia), Eduardo Campello, o Brasil já detém tecnologia própria para reverter a degradação das terras, por meio de processos de seleção e manejo e trocando produtos químicos por insumos biológicos. Com isso, ele considera ser possível reduzir ou até reverter a derrubada de florestas para a agropecuária.

“Várias dessas áreas podem se tornar mais rentáveis, tirando a pressão sobre as florestas e os remanescentes nativos. Já tivemos avanços incontestáveis com o plantio direto [técnica em que se roça a terra e se semeia em seguida, evitando a erosão]. É preciso integrar lavoura, pecuária e floresta, usando mecanismos naturais, como fixação biológica de nitrogênio, evitando o uso de adubo químico. Já temos áreas abertas suficientes, o que precisamos é recuperar o solo.”


Governo vai liberar verba contra desastres naturais

No Rio de Janeiro e em Minas Gerais os esforços são direcionados à contenção dos deslizamentos de terra. | Foto: Wilson Dias/Agência Brasil


O governo federal deve anunciar até a próxima semana a liberação de novos recursos para os Estados mais atingidos por desastres naturais. Chamado de PAC Prevenção, o programa vai ampliar os investimentos para contenção de cheias, macrodrenagem, proteção e reforço de encostas, entre outros. 

A princípio devem ser privilegiados os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, que devem receber R$ 2 bilhões cada um, e Santa Catarina, com R$ 600 milhões, de acordo com uma fonte do governo. 

Deslizamento. Em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, os recursos devem ser direcionados para a proteção de áreas sujeitas a deslizamentos. Haverá também obras de macrodrenagem na capital mineira e também na região metropolitana da capital fluminense.

Em Santa Catarina, a ênfase será dada principalmente à contenção de cheias, especialmente no vale do Rio Itajaí. Outros Estados serão contemplados em uma próxima etapa desse programa.
Os valores se somam aos R$ 17 bilhões da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2), que foram direcionados ao combate à seca.

Desse total, R$ 6 bilhões foram destinados para a transposição do Rio São Francisco e R$ 11 bilhões, para barragens, adutoras, cisternas e poços.

Caberá ao Ministério das Cidades a realização de atividades de micro e macrodrenagem, proteção de morros e reforço de encostas. Já o Ministério da Integração Nacional cuidará de ações de contenção de cheias, erosão pluvial e marinha. 

Em debate. Procurados, os Ministérios de Cidades, Integração Nacional e Planejamento informaram, por meio de suas assessorias, que o direcionamento de recursos para prevenção de acidentes naturais ainda está em fase de discussão interna no governo. 


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Nike lança chuteira ecológica


São Paulo - Numa tentativa de provar seu compromisso com a criação de produtos concebidos de forma sustentável, a Nike criou uma nova chuteira de futebol chamada Green Speed, que está sendo apontada como o sapato mais ecofriendly da marca e também o mais leve.

Ao longo de seu corpo, ela possui materiais renováveis e reciclados. De acordo com a empresa, o revestimento interno e a placa de tração são feitos com um material vegetal derivado 97% da mamona. Já o cadarço da chuteira e a língua são feitas com um mínimo de 70% de materiais reciclados, que incluem garrafas PET e poliéster.

Não é só o meio ambiente que agradace. As chuteiras são 15% mais leves que os modelos tradicionais do mercado por causa do uso da mamona – elas pesam apenas 160 gramas (cada pé, tamanho 40,5), o que dá agilidade para o jogador.


Brasil terá primeiro projeto no mundo de produção em escala comercial de biocombustível a partir de algas


A See Algae Technology (SAT), empresa líder no fornecimento de infraestrutura para produção industrial de algas, anunciou nesta sexta-feira (6) a assinatura de um acordo para fornecer e instalar a sua primeira planta comercial para produção de Biodiesel e Bioetanol de Algas no Recife para o grupo brasileiro JB, um dos líderes na produção de etanol de cana na Região Nordeste do Brasil.

Sob um contrato de € 8 milhões, a SAT vai projetar uma fazenda de algas - que começará a ser construída no início de 2013 adjacente à usina de Vitória de Santo Antão - e fornecer a tecnologia de produção ao Grupo JB, além de supervisionar a instalação e garantir sua produtividade inicial.

Esse é o primeiro projeto comercial de produção de biocombustível a partir de algas no Brasil e no mundo. A tecnologia possui impacto ambiental menor do que outras fontes tradicionais de biocombustíveis, por alcançar grandes volumes de produção em uma área menor, sem ocupar terras férteis necessárias para plantio da agricultura.

Quando instalada, a fazenda será utilizada para produzir bioetanol a partir de algas geneticamente modificadas e biodiesel, bioquímicos e ração animal por meio de algas naturais. A unidade terá capacidade de produção de até 1,2 milhão de litros de biodiesel, ou até 2,2 milhões de litros de etanol por ano. A proteína das algas naturais será utilizada como substituição para a soja na alimentação de rebanhos na pecuária e na criação de peixes.

Para tanto, o projeto consumirá 5 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) separadas da caldeira que queima bagaço de cana do Grupo JB, evitando que estas sejam emitidas para a atmosfera. Este processo é conhecido como Captura e Utilização de Carbono, uma das mais importantes estratégias para mitigação das mudanças climáticas atuais.

Separadamente, a SAT também fechou uma marketing joint venture com o Grupo JB para, em conjunto, comercializar a tecnologia de produção de alga da companhia no Brasil.

“Estamos muito orgulhosos de ter o Grupo JB não apenas como nosso primeiro cliente de tecnologia de produção de algas, mas também como nosso parceiro estratégico de marketing”, afirmou o CEO da SAT, Joachim Grill. “Acreditamos que nossa parceria marca um significante passo na evolução de nossa companhia e valida tanto a nossa tecnologia exclusiva quanto a viabilidade comercial das algas, especialmente para uso como ração e biocombustível”, acrescentou.
 
 

Brasil produz mosquito transgênico para combater dengue

Ministério da Saúde inaugura fábrica que vai produzir quatro milhões de mosquitos por semana

 

No último sábado (7), o Ministério da Saúde inaugurou em Juazeiro, na Bahia, uma fábrica que vai produzir mosquitos geneticamente alterados para combater a dengue. O laboratório será capaz de produzir por semana quatro milhões de machos transgênicos do Aedes Aegypti. Desse modo, os técnicos esperam diminuir a reprodução do mosquito e a incidência da doença, que atingiu 431.194 pessoas no país desde o começo do ano.

Os machos trangênicos (os cientistas inserem nos ovos do Aedes Aegypti um gene que o tornará estéril – seus filhos serão incapazes de se desenvolver) se desenvolvem até a fase adulta e são levados até um local com alta incidência da dengue, onde são liberados. Ali, procuram pelas fêmeas da região e cruzam com elas. No entanto, seus filhos nunca chegarão a ultrapassar a fase de larva e causar dano à população. Desse modo, a próxima geração de mosquitos fica comprometida.

Reprodução — Os cientistas adotam uma série de técnicas para garantir que as fêmeas locais cruzem com os insetos transgênicos. Sabendo que os machos criados em laboratório não costumam ser tão competitivos na hora de conquistar as fêmeas da espécie, eles fizeram questão de que sua linhagem fosse extremamente bem nutrida e forte. "Além disso, nós costumamos espalhar pelo local até 10 vezes mais insetos machos do que o número existente na natureza. Aí o acasalamento vira questão de estatística", diz Aldo Malavasi, professor aposentado de genética na USP e diretor presidente da Moscamed, empresa pública responsável pela produção dos insetos.

A ideia do Ministério é liberar os primeiros lotes do mosquito produzido na fábrica no município baiano de Jacobina, que tem 79.000 habitantes e apresentou 1.647 casos de dengue em 2012.

Testes O Aedes Aegypti  transgênico já foi testado em dois bairros de Juazeiro, Mandacaru e Itaberaba, entre 2011 e 2012. Os locais tinham um alto índice do mosquito. Sua população foi reduzida em 90% com a adoção da técnica.

Essa linhagem de mosquitos transgênicos foi originalmente desenvolvida pela empresa britânica Oxitec. Em 2010, pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da USP adaptaram a linhagem para as condições brasileiras. Um ano depois, a Universidade fechou uma parceria com a Moscamed, para produção em larga escala do mosquito.

O plano do governo é analisar os resultados da etapa atual do projeto e, dentro de alguns anos, incorporar a técnica ao Sistema Único de Saúde (SUS) como um dos mecanismos de combate à dengue, junto com a educação da população e o uso de venenos químicos. "Em algumas situações, os mosquitos transgênicos podem ser o melhor modo de controle. Os inseticidas, por exemplo, não têm mobilidade. Já os machos do inseto procuram ativamente as fêmeas. Uma hora depois de termos liberado os mosquistos nas ruas, já estão dentro de todas as casas procurando as fêmeas", diz Aldo Malavasi.