segunda-feira, 25 de junho de 2012

Diferentes matérias orgânicas são utilizadas como fonte de energia

 

Cana-de-açúcar, borra de café e até esterco de porco cumprem essa função

 

Katia Tannous, da Unicamp, com pesquisadores
da sua equipe (Foto: Divulgação)

 

Biomassa é toda fonte de energia alternativa que utiliza matérias orgânicas para a sua produção. No Brasil, uma das mais utilizadas é a da cana-de-açúcar, no entanto, há uma série de outras fontes orgânicas que podem ser usadas, como o coco verde, a casca do arroz, a borra de café e até o esterco. A descoberta de novas fontes de biomassa, que permitiria o Brasil diversificar suas fontes energéticas, é o objetivo de pesquisadores como a professora da faculdade de Engenharia Química da Unicamp Katia Tannous.

De acordo com ela, cada região do país tem suas potencialidades de biomassa. Por exemplo, na Região Sudeste, há o bagaço da cana-de-açúcar; no Sul, a concentração maior é a casca de arroz; e no Norte, existe a fibra do coco e o caroço do açaí. Tannous, por sinal, se mostra animada com o potencial do coco verde, tão tradicional nas praias brasileiras.

“O coco verde existe em abundância no Brasil, e é jogado praticamente inteiro fora. Toma-se a água, come-se a carne e o resto é lixo. Somente 10% é utilizado pela indústria. Quando você mói a fibra do coco, integrada a ela, há um pó, chamado pó de coco. Esse pó de coco é altamente poroso, fantástico para a absorção”, afirma Tannous. Tanto a fibra quanto o pó podem ser queimados para gerar energia elétrica. Outra possibilidade é o desmembramento da fibra em fibra e em pó, que pode ser utilizado como material absorvente para melhorar a qualidade da água dos rios.

Segundo Tannous, a casca do arroz também tem suas utilidades. Nas usinas de beneficiamento do arroz - processo que envolve etapas como descascamento, homogeneização e classificação - a casca serve como fonte de calor para a secar o próprio arroz. Mais recentemente, ela adquiriu uma nova função e começou a ser queimada em termelétricas para a produção de energia elétrica renovável.

Típica da região Norte, a castanha-do-brasil, mais conhecida como castanha-do-pará, também está sendo utilizada como combustível. O ouriço, fruto da castanheira, que reúne de 11 a 22 amêndoas, serve como lenha em usinas térmicas e caldeiras. Na forma de subprodutos, como carvão vegetal, por exemplo, é usado em siderúrgicas para produzir o chamado “aço verde”.

Uso de semestes para produzir biodiesel
 
Em 2004, o Brasil lançou o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) e, em 2005, a Lei 11.097/05, que estabelece percentuais mínimos de mistura de biodiesel ao diesel. Hoje, todo diesel vendido no Brasil tem 5% de biodiesel.

Na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), a professora de Produção e Tecnologia de Sementes Marcela Carlota Nery busca melhorar as sementes de nabo forrageiro e de crambe - um tipo de oleaginosa - para começar a cultivá-las em Minas Gerais. Ela enxerga potencial de produção de biodiesel a partir destas duas culturas, já que as sementes têm entre 30% e 40% de teor de óleo.

Já a engenheira química Denise Moreira dos Santos, quando pensou em sua pesquisa de Mestrado, buscava um resíduo que pudesse ser fonte de biodiesel. Optou por algo muito presente no cotidiano de grande parte da população mundial. “Pesquisei vários resíduos, como cascas, grãos e outros, e cheguei no café. O grão de café não é uma oleaginosa, mas possui uma grande quantidade de óleos essenciais”, explica Denise. Depois que o café está pronto, é chamado de óleo residual. Com o óleo, através de uma reação de transesterificação - junção de óleo vegetal com álcool e catalizadores -, obtêm-se o biodiesel.

Produção de biogás diminui poluição atmosférica

O pesquisador da Embrapa Airton Kounz fala
sobre produção de biogás (Foto: Divulgação)

Resíduos menos óbvios e até mesmo poluentes às vezes podem ser utilizados na produção de energia. É o caso das fezes dos porcos, que podem contaminar lençóis freáticos. Uma boa solução já colocada em prática por fazendeiros é a utilização desta energia gerada na própria fazenda. Desta forma, evitam-se prejuízos ao meio ambiente e diminuem-se os custos da suinocultura.

O primeiro passo é investir em biodigestores – reservatório onde acontece a fermentação da biomassa, dando origem ao biogás –. De acordo com o pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Airton Kunz, há desde biodigestores rudimentares, as chamadas lagoas cobertas, até sistemas tecnologicamente mais complexos.

A fermentação, também chamada de digestão anaeróbia, é o processo no qual algumas espécies de bactérias, na ausência de oxigênio, atacam a estrutura de materiais orgânicos para produzir compostos simples (como o metano) e extrair energia para o seu próprio crescimento. “Esse biogás produzido contém gás metano (CH4), um combustível que tem capacidade de geração de calor, podendo ser convertido em energia elétrica. O esterco de suíno é bem útil, por ser altamente biodegradável”, explica Kunz. A queima de gás metano inerente ao processo colabora, também, para a redução do aquecimento global, já que o dióxido de carbono liberado na atmosfera é 21 vezes menos nocivo do que o CH4.

 

Protótipo de casa sustentável toma decisões e se comunica através de eletrônicos

As casas sustentáveis do futuro serão capazes de tomar suas próprias decisões em relação ao consumo de água, energia e geração de lixo. Foto: MIT

As casas sustentáveis futuramente terão um sistema inteligente que permitirá que elas tomem decisões sozinhas a respeito de cuidados sustentáveis e até a comunicação entre os móveis. Essa é a afirmação do pesquisador do MIT, Federico Casalegno.

O italiano esteve na palestra no InfoTrends, onde mostrou diversos projetos inovadores desenvolvidos por seu laboratório. Além de fundador, ele é diretor do laboratório de mobilidade do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).

Casalegno afirma que as casas sustentáveis do futuro serão capazes de tomar suas próprias decisões em relação ao consumo de água, energia e geração de lixo. Um exemplo deste modelo é a “casa conectada”, em construção na cidade de Trento, no norte da Itália, que usa recursos de inteligência artificial.

A residência terá sensores nas paredes, cômodos e espelhos. Além disso, os objetos vão comunicar-se entre si. Segundo Casalegno, um refrigerador poderá trocar dados com o telhado da casa, por exemplo, e uma lavadora emitirá informações que serão recebidas pela televisão.

Conforme o morador se desloca em casa as luzes acendem e apagam. Neste caso, são estudados novos mecanismos para substituir os sensores de movimento, que apagam as luzes caso a pessoa esteja parada lendo, por exemplo. “É preciso explorar algoritmos para entender o comportamento dos moradores e reagir a eles. Isso é o que chamamos de arquitetura cognitiva robótica”, explicou na palestra.

Para Casalegno, esta interação é uma das maneiras de mudar o futuro, por isso é importante a busca por desenvolver novas interfaces. Além disso, as casas terão sistema de iluminação orgânico com janelas inteligentes autônomas e autogeração de energia. Desta forma, ela alimentará automóveis e eletrodomésticos.

As ideias podem ser futurísticas, mas é grande a chance de se obter grandes avanços neste setor em poucos anos. Durante sua apresentação, o pesquisador mostrou uma tábua para corte de alimentos capaz de se comunicar com tablets. Essa interação entre smartphones com outros objetos mostrou-se uma tendência na recente feira de brinquedos em Tóquio, no Japão.

O Casalegno acredita na inteligência coletiva. Para ele, os usuários comuns precisam ser convidados para testar as novas tecnologias e fazer sugestões. Muitas vezes, ao manusear um novo produto, as pessoas sugerem funcionalidades que nem mesmo foi pensada pelos fabricantes. Para ele, essa “troca” é uma experiência enriquecedora. Com informações da Info.

domingo, 24 de junho de 2012

A Rio+20 foi um fracasso? Depende de nós


O esboço da declaração da Rio+20 aprovado pelos negociadores saiu como esperado. É fraco. Foi considerado sem ambição até pelo Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon.

Está bem claro que os chefes de Estado coletivamente não vão nos salvar, pois os mecanismos da ONU são muito aquém do necessário para resolver problemas complexos. Ademais, a falta de liderança dos governos é evidente na crise financeira global. Eles não têm conseguido resolver nem aquilo que eles supostamente se interessam mais: a economia tradicional.


Então, a Rio+20 foi um fracasso total? Talvez não. Provavelmente o significado das grandes conferências ambientais recentes (como as sobre mudanças climáticas) vai depender muito do que nós, eleitores e consumidores, fizermos daqui para frente.


A preparação para as grandes conferências tem envolvido alguns movimentos relevantes. Primeiro, cientistas, empresários, funcionários públicos e organizações sociais se esforçam para fazer sínteses dos problemas e soluções. Nas conferências, estes resultados são promovidos e debatidos.


Segundo, os diversos atores aproveitam as conferências para lançarem iniciativas e compromissos de sustentabilidade. Alguns exemplos do que presenciei e li nos últimos dias são promissores:

  • O prefeito do Rio de Janeiro propôs a isenção de impostos municipais para construções que adotem medidas para reduzir consume de água e energia. A bola está agora com a Câmara de Vereadores;
  • O governador do Pará se comprometeu a zerar o desmatamento até 2020;
  • Os prefeitos das 59 maiores cidades do mundo (agrupadas na iniciativa C40) se comprometeram a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em cerca de 1,3 bilhão de toneladas até 2030;
  • O Banco Central vai disponibilizar para consulta pública duas normas sobre a política de responsabilidade socioambiental e sobre a elaboração e divulgação de relatório de responsabilidade socioambiental por parte das instituições financeiras;
  • O Conselho Empresarial da América Latina propôs isentar de impostos as empresas que produzem energia renovável;
  • O Conselho do Fórum de Bens de Consumo, que reúne as grandes multinacionais deste setor, anunciou o compromisso de eliminar o desmatamento de sua cadeia de suprimento até 2020. Ou seja, empresas como Unilever, Walmart, Tesco (rede de supermercados britânica) boicotarão soja, óleo de dendê, carne e celulose e seus derivados de áreas que contribuam para o desmatamento.

Esses e outros compromissos são confiáveis e suficientes? Certamente algumas das promessas fazem parte da maquiagem verde que visa a esconder problemas, mas outras são genuínas. A pressão social e legal tem feito algumas empresas e governantes entenderem que é inaceitável continuar práticas destrutivas. Além do mais, muitas empresas sabem que só será viável crescer aumentando a eficiência. Já consumimos hoje mais do que o planeta pode aguentar.

Todas as iniciativas prometidas na Rio+20 são insuficientes, mas elas podem criar o impulso para uma transformação mais ampla. O diretor geral da Unilever, Paul Polman, que é do Fórum de Bens de Consumo, resumiu bem o processo em entrevista ao jornal The Guardian:

"Nos próximos dois ou três anos, acredito que haverá suficiente massa crítica com grupos de países e empresas começando projetos concretos. Como em muitos programas de mudança, quando você cria algum sucesso em torno de algum projeto concreto específico, isto atrai outros. Existem líderes, seguidores e retardatários em tudo."

Enfim, creio que ainda é cedo para fazer o balanço da Rio+20. Se apoiarmos e cobrarmos as mudanças planejadas e prometidas talvez se atinja massa crítica para um desenvolvimento mais sustentável em escala global.

Cada um pode fazer a sua parte, como nos exemplos abaixo:
  • Jornalistas poderiam fazer uma lista destes compromissos e sistematicamente cobrir o desempenho das empresas e governos. Em vez de esperar a divulgação de novo recorde de desmatamento para tratar deste tema, a cada semestre algum jornalista pode perguntar ao diretor do Walmart no Brasil como anda a implementação do plano para evitar a compra de gado de áreas desmatadas ilegalmente.
  • Estudantes universitários podem comparar a lista de compromissos com os relatórios de responsabilidade social das empresas ou outros indicadores de desempenho relevante de cada compromisso como as emissões de gases do efeito estufa, a taxa de desmatamento, ou o financiamento para economia verde no caso dos bancos.
  • Indivíduos e ONGs poderiam lançar campanhas nas redes sociais na internet para parabenizar ou criticar o desempenho dos compromissos.
  • Devemos demandar que o Congresso aprove a desoneração da energia renovável.

E você, o que vai fazer?

sábado, 23 de junho de 2012

Documento final da Cúpula dos Povos ataca a mercantilização da vida

Por Vladimir Platonow

Rio de Janeiro – A declaração final da Cúpula dos Povos – sintetizada em um documento de quatro páginas e 20 parágrafos - ataca a mercantilização da vida e faz a defesa dos bens comuns e da justiça social e ambiental. A cúpula reuniu durante oito dias representantes da sociedade civil em atividades paralelas à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20.

O documento divulgado hoje (22) critica as instituições financeiras multilaterais, as coalizações a serviço do sistema financeiro, como o G8 e G20, a captura corporativa das Nações Unidas e a maioria dos governos, “por demonstrarem irresponsabilidade com o futuro da humanidade e do planeta”.

A declaração ressalta que houve retrocessos na área dos direitos humanos em relação ao Fórum Global, que reuniu a sociedade civil também no Aterro do Flamengo, durante a Rio92.

“A Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocaram a crise global. À medida que essa crise se aprofunda, mais as corporações avançam contra os direitos dos povos, a democracia e a natureza.”

A economia verde, tão festejada na Rio+20 por líderes mundiais e empresários, foi desqualificada pelos participantes da cúpula. “A dita economia verde é uma das expressões da atual fase financeira do capitalismo que também se utiliza de velhos e novos mecanismos, tais como o aprofundamento do endividamento público-privado, o super-estímulo ao consumo, a apropriação e concentração de novas tecnologias.”

O documento exige o reconhecimento do trabalho das mulheres e afirma o feminismo como instrumento da igualdade e a autonomia das mulheres sobre seus corpos. Também enfatiza o fortalecimento das economias locais como forma de garantir uma vida sustentável.

Ao final são destacados oito eixos de luta e termina com uma exortação à mobilização. “Voltaremos aos nossos territórios, regiões e países animados para construirmos as convergências necessárias para seguirmos em luta, resistindo e avançando contra os sistemas capitalista e suas velhas e renovadas formas de reprodução”.

Desenvolvimento sustentável fará parte do currículo nas faculdades brasileiras

Por Flávia Villela e Thais Leitão

Rio de Janeiro – A partir do ano que vem, a sustentabilidade deve ser incluída no currículo acadêmico de todas as universidades brasileiras. Esse foi um dos compromissos voluntários anunciados hoje (22), pelo Brasil, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20.

De acordo com o conselheiro do Conselho Nacional de Educação e pró-reitor da Fundação Getulio Vargas, Antônio Freitas Jr., a ideia é que, no futuro, a disciplina seja incorporada também da pré-escola ao ensino médio.

“Não faz sentido ensinar finanças sem ensinar ética ou meio ambiente. Educação superior é o começo, mas tem que ser em todas [as séries]. Incentivo a todos que façam ações. Não é só compromisso financeiro, precisamos de comprometimento dos governos”.

Ele informou que a decisão já foi publicada no Diário Oficial da União na semana passada e que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, assinou simbolicamente o compromisso durante a Rio+20.

“A sustentabilidade permeia todas as áreas, os enfoques é que são diferentes. Por exemplo, foi descoberto que o gás que sai do motor a diesel causa câncer. Então, um engenheiro mecânico tem que saber muito mais sobre esse assunto. Também tem a ver com economia, pois o assoreamento dos rios tem um custo”, comentou o conselheiro.

Ceará vai gerar energia com movimento das ondas do mar

Por Valmir Storti

O Brasil conta com uma faixa litorânea de aproximadamente 8 mil quilômetros e começa, agora, a aproveitar o potencial energético oferecido pelo movimento das ondas do mar. A usina de ondas do Porto de Pecém, a 60 quilômetros de Fortaleza, Ceará, vai abastecer o porto onde está instalada.

Apoiado pelo governo do Ceará, trata-se de um projeto piloto, financiado pela Tractebel Energia por meio do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica, que vai servir para analisar sua viabilidade.


Dois braços mecânicos suportam grandes boias em uma das extremidades e sobem e descem de acordo com o movimento das ondas, acionando dispositivos dentro da usina à beira-mar, onde água doce é pressurizada para criar energia elétrica de forma parecida com a utilizada nas usinas hidrelétricas. A diferença é que ao invés de haver uma queda d´água para girar turbinas, é essa água doce pressurizada pelo movimento das ondas do mar que oferece o movimento necessário para gerar a energia.

Além do apoio do governo estadual, o Ceará foi escolhido por contar com ondulação praticamente constante, graças aos ventos alísios, que também tornam possível gerar energia eólica pela metade do custo exigido por esta novidade acionada pelo movimento das ondas do mar.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Público não sabe diferenciar lixo reciclável e orgânico na Rio+20


Fabrizia Granatieri
Lixeiras e setas no chão indicam os caminhos no Parque
 
A cena se repete diversas vezes ao longo dos dias no Parque dos Atletas, no Rio. Ao se direcionarem até as lixeiras, muitas pessoas ficam na dúvida onde devem jogar o seu lixo. A de cor azul é a para material reciclável e a de cor cinza para o não reciclável.
 
Na teoria, a primeira deveria receber papeis, vidros e plástico enquanto que a segunda, apenas material orgânico. Mas o que se percebe é que muita gente não faz ideia do que possa ser reaproveitado. “Deveria ter pessoas da Comlurb aqui para nos ensinar a separa o lixo corretamente”, disse a estudante Aline Matias, de 18 anos.
 
A auxiliar de limpeza do Parque dos Atletas Ana Beatriz do Rosário conta que copos plásticos e pratos usados na alimentação pó estarem sujos não podem ser depositados na lixeira destinada aos recicláveis. “Não há coleta seletiva para a população do Rio. Por isso, esta confusão. Realmente não estamos habituados a encarar o lixo de forma diferenciada”, disse. 



Jornal Meio Ambiente | Fonte IG

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Coleguinhas posam como ativistas em prol da limpeza das praias

 

Assistentes de palco do Caldeirão protestam contra o descaso de parte da população com a limpeza das praias




A importância do equilíbrio entre o homem e a natureza está em destaque na Conferência da ONU Rio+20. Como o assunto é muito importante e o Caldeirão também tem suas ativistas, as coleguinhas resolveram posar com placas de reciclagem para destacar a importância desta atividade para a conservação do planeta.


A loira Lauren, que é bióloga de formação, fez questão de destacar a importância da conservação do planeta: "Temos que manter o equilíbrio entre o crescimento econômico e a natureza. Não podemos crescer de forma desordenada e prejudicar a nossa e as futuras gerações". As coleguinhas Geórgia e Luana também são engajadas no tema e apoiaram a causa posando para as fotos.

Amanhã você confere uma matéria em vídeo com as três coleguinhas recolhendo lixo na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. É impressionante a quantidade de resíduos que algumas pessoas simplesmente deixam jogadas na praia. Em menos de 20 minutos, as três recolheram uma quantidade absurda de lixo. Fique ligado, amanhã, no site do Caldeirão.


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Tempestade em Copo D'água?

Menina que calou o mundo na Rio-92 está pessimista

 

Severn Suzuki se diz envergonhada com a falta de avanço nas questões ambientais nos últimos anos

 

 

Há 20 anos, em 1992, a jovem canadense Severn Cullis-Suzuki, então com 12 anos, assombrou o mundo com um discurso de seis minutos na Rio-92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. “…Ao vir aqui hoje, não preciso disfarçar meu objetivo. Estou lutando pelo meu futuro. Não ter garantia quanto ao meu futuro não é o mesmo que perder uma eleição ou alguns pontos na bolsa de valores. Estou aqui para falar em nome das gerações que estão por vir. Estou aqui para defender as crianças cujos apelos não são ouvidos. Estou aqui para falar em nome dos incontáveis animais morrendo em todo o planeta porque não tem mais para onde ir… Se não sabem arrumá-lo, parem de estragá-lo…”, afirmou ela no discurso aos embaixadores e chefes de Estado.

As palavras levaram diversos delegados da ONU às lágrimas e fizeram da jovem Severn uma celebridade ambiental.

Veja o Link 

Vinte anos depois, às vésperas da Rio+20, Severn, hoje com 32 anos e mãe de dois filhos, continua seu trabalho como ativista ambiental. Em uma entrevista recente, para o WeCanada -- grupo que luta para que o desenvolvimento sustentável seja uma prioridade para o governo canadense e para a comunidade internacional -- ela afirmou que “há 20 anos lutei pelo meu futuro. Agora estou lutando pelo do meu filho”.

A ativista, porém, não tapa o sol com a peneira. No TEDxRio+20, um dos eventos paralelos à conferência Rio+20, ela afirmou em videoconferência que “há 20 anos estava orgulhosa de chamar a atenção, mas hoje me sinto envergonhada. O que aconteceu nesse tempo? Nada. Não chegamos nem perto da sociedade que precisamos".

A insatisfação com os avanços ambientais tem sido uma constante nos discursos de Severn nos últimos anos. Em uma palestra dada em 2008 na Universidade de British Columbia (Canadá), ela afirmou que o que mais a surpreende ao ver em vídeo seu discurso de 1992 é que “uma pessoa de 12 anos poderia fazer exatamente o mesmo discurso hoje”.
No evento Conferência Global em Evian, na França, ocorrido em 2011, ela seguiu a mesma linha de raciocínio. “Temos de nos perguntar...Por que as coisas não estão mudando...Hoje vivemos em um mundo em que você coloca seu lixo no lixo, ele desparece, você não tem mais de pensar sobre ele novamente e não vê as consequências do seus atos....Precisamos de um sistema de valores que conecte causa e efeito”, afirmou ela.

Atualmente Severn, que é formada em ecologia e biologia evolucionista pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, mora no Canadá com o marido e os filhos. Para ela, a melhor forma de fazer a mudança é dar o exemplo, é cada um aceitar a responsabilidade individual pela mudança e fazer escolhas sustentáveis.

O maior responsável por isto não acontecer, segundo ela, é o foco excessivo da agenda política na chamada economia verde. “Nós temos um contínuo declínio do ecossistema,", explicou ela durante a videoconferência no TEDxRio+20. E completou: “Temos que achar soluções e resolvermos por nós mesmos. Estou falando do engajamento dos cidadãos”.

 Fonte: iG

Anfitrião da Rio+20, Brasil engatinha na preservação dos oceanos

Litoral brasileiro abriga 365 municípios e 40 milhões de pessoas. Apesar disso, menos de 1% das áreas marinhas está sob proteção. Meta estabelecida pela ONU é chegar a 10% até 2020.

 

Os únicos recifes de coral do Atlântico Sul estão na costa brasileira. Os organismos, que têm papel importante no comportamento das correntes e na vida marinha, são especialmente sensíveis às variações do clima e podem desaparecer com o aquecimento global (Thinkstock)Os únicos recifes de coral do Atlântico Sul estão na costa brasileira. Os organismos, que têm papel importante no comportamento das correntes e na vida marinha, são especialmente sensíveis às variações do clima e podem desaparecer com o aquecimento global (Thinkstock)

 

Menos de 1% das regiões marinhas brasileiras está sob proteção. O valor é muito abaixo da meta estabelecida pelo documento de Nagoya, na Conferência das Partes sobre a Biodiversidade, em 2010, no Japão. O documento prevê que 17% das áreas terrestres e 10% das áreas marinhas estejam sob algum tipo de proteção até 2020. Enquanto o Brasil está quase atingindo a meta nas regiões terrestres - atualmente protege 13% delas - , cientistas reunidos nesta quarta-feira no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro, pedem velocidade para a criação de novas áreas de proteção marinhas. O encontro dará sugestões da comunidade científica para a cúpula da Rio +20, que ocorre entre os dias 20 e 22 de junho.

A região marítima brasileira representa metade da área total do território nacional. Na faixa que percorre toda a costa do Brasil encontram-se 365 municípios, 17 estados e 40 milhões de pessoas. De acordo com Ana Paula Prates, diretora de áreas protegidas do Ministério do Meio Ambiente, a área representa um importante reservatório de biodiversidade. "São 55 espécies de animais vulneráveis, 20 listadas como ameaçadas e 10 em perigo de extinção", diz.


De acordo com Carlos Joly, biólogo da Universidade de Campinas, desde a Eco-92 existe a discussão sobre a preservação dos oceanos, mas não se saiu do lugar. Uma grande parte da zona costeira brasileira está sob proteção - 40 % -, mas apenas 1,57% da parte marinha é realmente protegida.
"A proteção acaba na praia, porque essas regiões estão incluídas em ecossistemas sensíveis, como a Mata Atlântica", diz Ana. A falta de proteção dos ambientes marinhos na costa brasileira coloca em risco ecossistemas sensíveis, como a maior extensão de manguezal do planeta e os únicos recifes de coral do Atlântico Sul, ecossistema especialmente sensível às mudanças climáticas.

Áreas de proteção -
Entre as novas áreas que poderiam aumentar significativamente a região marinha protegida no Brasil estão as unidades de conservação marinhas em Abrolhos, entre Bahia e Espírito Santo. Abrolhos é o maior banco de corais do Atlântico Sul e passaria a ter 880 mil hectares, o dobro do que é definido atualmente.
O governo decidiu ampliar a área de proteção depois que a Petrobras declarou que não se interessava pelo petróleo de Abrolhos. Contudo, por causa de atrasos nas negociações com os governos estaduais e com pescadores locais, que passariam a respeitar regras específicas de exploração de uma área de proteção, a área ainda não foi delimitada.

De acordo com Joly, o Brasil ainda tem outras regiões para lançar áreas de proteção, como a foz do rio Amazonas. "É uma região de intensa chegada de nutrientes no mar", diz. Outras regiões incluem o parque de Fernando de Noronha e localidades no litoral Sul do país.
Para o pesquisador, ainda há tempo para atingir as metas de Nagoya até 2020. "Se pensarmos que São Paulo conseguiu proteger 70% de sua costa com apenas três APAs (áreas de proteção ambiental) marinhas, é possível fazer com que o Brasil alcance os 10%."


Fonte: veja.abril 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A Rio+20 começou – mas o que isso tem a ver com a sua vida?

Da Eco-92 saíram diretrizes para a sustentabilidade, termo que invadiu o cotidiano das pessoas. Rio+20 vai propor novas sluções para nortear os governos nos próximos 20 anos



Desde então, o mundo passou por mudanças extremamente positivas. O desmatamento caiu, os países reforçaram a proteção de sua áreas verdes, o buraco na camada de ozônio deixou de assustar (praticamente paramos de emitir substâncias nocivas, como gás CFC) e a expectativa de vida aumentou – hoje vivemos em média 62,5 anos, quatro anos a mais do que em 1992.

Também vivemos melhor: pelo menos 62% da população global tem acesso ao saneamento básico (na década de 90, esse percentual era de apenas 47,4%) e o número de pessoas a baixo da linha da pobreza caiu de 1,9 bilhões para 1,3 bilhões em 2010.

Apesar das melhorias, ainda há muito a fazer. As emissões de CO2 dispararam em 40% ao longo das duas últimas décadas, associadas especialmente ao uso intensivo de combustíveis fósseis, e o planeta ficou 0,5 graus Celsius mais quente. Alguns dos avanços conquistados também trouxeram consigo efeitos colaterais graves.
O aumento do PIB per capita veio acompanhado de uma demanda alta por bens e serviços que, para serem produzidos, precisam de matéria-prima. Não à toa, a extração total de recursos pulou de 75,2 bilhões de toneladas para mais de 110 bilhões de toneladas. O problema é que o planeta não está dando conta de se regenerar na mesma rapidez.

Pior, essa diferença entre a capacidade de regeneração do planeta e o consumo humano gera um saldo ecológico negativo que vem se acumulando desde a década de 80, também estimulado pelo crescimento populacional. Em conjunto, todos os 7 bilhões de habitantes consomem hoje entre 1,3 e 1,5 planetas por ano, de acordo com a Global Footprint Network, uma organização de pesquisa que mede a pegada ecológica do homem no planeta.

Neste ritmo alucinante, a humanidade vai precisar de dois planetas por ano a partir de 2030 para suprir suas necessidades. Propor soluções para essa difícil equação entre crescimento econômico e preservação ambiental é o cerne da Rio+20 – uma conferência que passa despercebida e desconhecida por pelo menos 7 em cada 10 brasileiros.
 
O que você precisa saber sobre a Rio+20

O objetivo da Conferência é assegurar um comprometimento político renovado com o desenvolvimento sustentável, avaliar o progresso feito até o momento e as lacunas que ainda existem na implementação dos resultados dos principais encontros sobre desenvolvimento sustentável, além de abordar os novos desafios emergentes.

Pesquisa recenta mostra que a economia verde pode gerar em 20 anos até 60 mi de empregos, uma vez que o atual modelo de desenvolvimento não é mais capaz de gerar emprego produtivo e trabalho decente.

Em paralelo, uma série de eventos promovidos pela sociedade civil e organizações não-governamentais também devem mobilizar a opinião pública e atrair ainda mais a população para questões críticas,  como energia, consumo consciente, direitos humanos, justiça social, entre outros.

Os temas em foco

Economia verde  - A transição para uma economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza é um dos assuntos que serão tratados na Conferência da ONU. Na economia verde, o desenvolvimento sustentável compete à integração e análise equilibrada dos objetivos sociais, econômicos e ambientais a tomada de decisão tanto pública quanto privada.

Governança - O quadro institucional e instrumentos de governança para o desenvolvimento sustentável é o segundo tema central da Rio+20. Na prática, trata-se de se discutir as formas como os governos podem tirar do papel os compromissos, declarações e protocolos para o Desenvolvimento Sustentável negociados nos últimos anos. E também de como tornar as três dimensões desses planos (social, econômica e ambiental) estratégicas dentro das decisões políticas em todo o mundo.

Fonte: exame 

Transporte de comitivas durante a Rio+20 é feito com etanol de segunda geração


Rio de Janeiro - Quarenta mini vans usadas para o transporte de comitivas que participam da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, estão rodando com a segunda geração de etanol brasileiro, conhecido como E2G. O novo combustível é produzido a partir de resíduos de plantação de cana-de-açúcar. Na produção da primeira geração do etanol brasileiro a matéria-prima é a própria cana-de-açúcar.
 
Mais de uma empresa desenvolve a tecnologia, mas a experiência usada na Rio+20 é resultado das pesquisas feitas pela Petrobras que vem estudando a produção do novo combustível desde 2004. De acordo com o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rosseto, foram produzidos 80 mil litros do E2G, usando cerca de US$ 70 milhões. O dinheiro é parte dos US$ 300 milhões previstos para pesquisas em biocombustível.

“Hoje o padrão de produção do etanol brasileiro é 8 mil litros por hectare. Aproveitando o bagaço da cana-de-açúcar conseguimos produzir 11 mil litros por hectare. Alcançamos uma eficiência de 40%”, explicou Rosseto.

Os estudos apontaram um rendimento de 300 litros de etanol por tonelada de bagaço seco. A escala experimental da Petrobras foi produzida em uma planta de demonstração localizada no Estados Unidos. A previsão é que em 2015 o etanol de segurança geração ganhe escala comercial, alcançando uma produção de 80 a 150 milhões de litro por ano. A estimativa da estatal é de que a garantia do novo combustível nas usinas signifique um investimento de US$ 150 milhões anuais.

“As usinas para produção do E2G serão acopladas às usinas de primeira geração do combustível para garantir a eficiência energética na produção. Vamos produzir mais etanol com a mesma área plantada, usando a cana-de-açúcar e transformando o resíduo também em combustível”, acrescentou Rosseto.

De acordo com o presidente da Petrobras Biocombustível, o preço para o consumidor será o mesmo pago pelo etanol da primeira geração, usado hoje nos postos de gasolina. Rosseto explicou que todas as pesquisas estão voltadas para garantir esse custo equitativo e a estatal já está analisando os detalhes para implantação da usina do E2G.

Até agora, as pesquisas para a produção do E2G no Brasil foram feitas apenas a partir dos resíduos de cana. A escolha considerou o volume desse cultivo no país, inclusive para garantir que, em três anos, a produção do E2G tenha matéria-prima suficiente para abastecer o mercado. Mas, a produção pode envolver, no médio e longo prazo, outros resíduos de celulose, como a palha de milho, usada nos Estados Unidos.

Acompanhe a cobertura multimídia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Rio+20.

Reuniões sobre acordo ambiental entre países começam hoje na Rio+20



DA AGÊNCIA BRASIL
O segundo dia de debates da Rio+20, a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, reúne nesta quinta-feira (14) uma série de atividades paralelas e definições no texto preliminar sobre os temas-chave que serão discutidos pelos chefes de Estado e de governo do dia 20 ao dia 22.
 
A seis dias da cúpula, com a participação de pelo menos 115 chefes de Estado e de governo, os ministros e especialistas de cada país vão tentar buscar acordos sobre o conteúdo do documento preliminar que será definido pelos líderes políticos.
 
O texto inclui temas como inclusão social, erradicação da fome e da pobreza, alternativas para a economia verde e sustentabilidade. Porém, as divergências persistem.
 
ONG
 
Ao longo desta quinta-feira, haverá também discussões sobre clima, desmatamento e tecnologias para garantir a sustentabilidade em negócios e melhorias para as populações nos próximos anos.
 
A organização não governamental WWF apresenta as propostas Água Brasil e Família de Pegadas. O objetivo é alertar sobre a necessidade de agir e não deixar que as propostas fiquem apenas nas palavras.
 
A Fundo Vale (da Vale) e a Fundação Roberto Marinho, com o apoio do Serviço Florestal Brasileiro, lançam o projeto Florestabilidade. A ideia é mostrar a importância econômica, ambiental e social do manejo florestal no país, que tem a maior área de floresta contínua do mundo --a Amazônia.
 
O manejo florestal consiste em englobar técnicas que dão prioridade à sustentabilidade sem prejuízo aos ecossistemas. Na prática, as medidas permitem determinado uso dos recursos disponíveis com o mínimo de impacto ambiental. No setor empresarial, a questão da sustentabilidade é tema de uma discussão da secretária executiva da Rede Brasileira do Pacto Global, Yolanda Cerqueira Leite, e dos secretários do fórum (de mesmo nome) Tim Wall e Kristen Coco.
 
VISITAÇÃO PÚBLICA
 
Paralelamente, no Parque dos Atletas, um pavilhão ao lado do Riocentro --onde serão concentrados os debates das autoridades--, ficarão em exposição projetos que destacam o desenvolvimento de propostas de tecnologia associada aos negócios.
 
No Cais do Porto, uma apresentação artística fará lembrar a Europa dos anos 20 ao satirizar o consumo e os excessos.
 
No Parque do Flamengo, a defesa pela inclusão social como meta a ser ratificada por todos ganhará apresentação especial com a dança dos bailarinos em cadeiras de roda. O espetáculo mostra que não há limites para a expressão nem para a arte.

sábado, 9 de junho de 2012

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Obrigado aqueles que me seguem no blog e quero pedir aqueles que sempre me visitam que juntem-se aos outros e me ajude a ter mais seguidores; como os visitantes de Portugal, EUA, United Kingdom, Russia, Germany e outros Países e também os do Brasil, obrigado pela atenção e pelo apoio, bom final de semana a todos.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Protesto... Mulher Maçã posa só de folhinha contra o desmatamento

 

A funkeira resolveu homenagear a Rio+20, conferência da ONU que vai discutir no Rio as melhores condições de vida no planeta.

 

Nem a Rio+20 escapou da Mulher Maçã, que não perde uma oportunidade de aparecer. Para homenagear a conferência da ONU que vai reunir no Rio de 13 a 22 de junho líderes do mundo todo para discutir meios de transformar o planeta em um lugar melhor para se viver, não é que ela resolveu tirar a roupa? Em protesto também contra o desmatamento da Amazônia e o aquecimento global, a funkeira posou só com uma folhinha e sua tradicional maçã, desta vez verde.

Fotos:

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Fonte: ego.globo 

São Paulo prepara maior mercado de carbono do país


SÃO PAULO, 5 Jun (Reuters Point Carbon) - O governo paulista anunciou nesta terça-feira planos para criar um mercado de carbono que poderá no futuro ser associado a um esquema semelhante que está sendo desenvolvido no Rio de Janeiro.

São Paulo responde por um terço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e vigora no Estado uma rigorosa lei que estipula uma redução de 20 por cento nas emissões de gases do efeito estufa até 2020, em relação aos níveis de 2005. Isso significa limitar as emissões a 98 milhões de toneladas de dióxido de carbono ou equivalente.

"Isso é uma prioridade para o governo. Esperamos ter o mercado funcionando o mais breve possível", disse a jornalistas o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas. "Nós já estamos conversando com as indústrias sobre as metas. Essa é a grande dificuldade a ser vencida, definir o tamanho dos cortes nas emissões".

A BM&FBovespa, maior bolsa de valores latino-americana, será parceira do governo estadual na iniciativa.

O esquema fluminense de mercado de carbono será formalmente lançado neste mês, e o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, disse que no futuro poderá haver uma vinculação entre os dois mercados de carbono dos mais ricos Estados brasileiros, embora por enquanto não haja planos concretos nesse sentido.

"Nós podemos promover a interconectividade com outros mercados, em nível nacional ou internacional", disse Pinto.

Ele acredita que o mercado paulista de carbono possa estar operacional já no final do ano se o governo acelerar a definição de metas e regulamentos.

Analistas consideram que a meta de redução de 20 por cento nas emissões até 2020 é quase impossível de ser alcançada.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que, embora a meta para 2020 seja muito severa para um Estado tão populoso, vários setores podem contribuir com reduções significativas das emissões.

"É uma meta ambiciosa, mas nós vamos trabalhar para cumpri-la", afirmou.

Ele disse esperar que uma grande parte das reduções venha dos transportes. O Estado vem investindo em hidrovias para reduzir o uso de caminhões no transporte de mercadorias, e também na expansão do metrô e dos trens na Grande São Paulo.


Brasileiro quer poupar mais água, gás e energia

Pesquisa divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente apontou que mais de 90% da população considera possível reduzir o consumo de recursos como forma de preservar o meio ambiente

 

 

O brasileiro está cada vez mais propenso a tomar atitudes voltadas à proteção do meio ambiente. Esta foi a conclusão de uma pesquisa divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, em parceria com a Unilever, PepsiCo e Walmart, que apontou que mais de 90% da população já realizou ou considera possível reduzir o consumo de água, gás e energia elétrica em suas casas.

Segundo o estudo, as principais atitudes que os
brasileiros estariam dispostos a tomar estão relacionadas à economia doméstica, como separação do lixo (86%), redução do gasto de energia (61%), menor desperdício de água (58%) e diminuição no uso de gás (22%). Quando questionados sobre a prática de hábitos voltados à preservação do meio ambiente, no entanto, a maioria ainda não demonstra exercitá-los de maneira intensa e cotidiana.

Na pesquisa, o tema meio ambiente já aparece como o sexto maior problema do Brasil, com 13%, ultrapassando outros que se destacavam anteriormente como moradia, falta de fé, distribuição de renda, custo de vida e inflação. Também
cresceu o número de consumidores propensos a comprar produtos orgânicos (85%), enquanto 12% consideram que essa característica não faz diferença. Na última edição do levantamento, realizada em 2006, estes índices eram de 76% e 17%, respectivamente.


Sobre o sentimento que possuem em relação ao Brasil, 43% declararam sentirem-se muito orgulhosos com o país, contra 48% que afirmaram ter pouco orgulho. Destes, 9% dizem não possuir nenhum orgulho. Entre os problemas enfrentados, saúde aparece como o mais citado, seguido pela violência e o desemprego.

Por Leticia Muniz, do Mundo do Marketing

leticia.muniz@mundodomarketing.com.br

 

Fonte: mundodomarketing

Governo cria unidades de conservação e homologa terras indígenas; Ministra rebate críticas sobre timidez do pacote


Na cerimônia de comemoração ao Dia do Meio Ambiente, celebrado ontem (5), a presidenta Dilma Rousseff anunciou um pacote de medidas para a área ambiental que inclui a criação e a ampliação de unidades de conservação e a homologação de áreas indígenas.
As duas novas unidades de conservação criadas são a Reserva Biológica Bom Jesus, no Paraná, e o Parque Nacional Furna Feia, no Rio Grande do Norte. O objetivo dessas unidades é a preservação dos ecossistemas nas áreas que somam mais de 42 mil hectares. No caso do Paraná, trata-se de uma região remanescente de Mata Atlântica e, no Rio Grande do Norte, a meta é conservar a Caatinga e as cavidades naturais subterrâneas.
Três unidades serão ampliadas: o Parque Nacional do Descobrimento, na Bahia, que passa de 1,5 mil para 22,6 mil hectares incorporando fragmentos da Mata Atlântica; a Floresta Nacional Araripe-Apodi, no Ceará, que passa de 706 hectares para 39,3 mil hectares e a Floresta Nacional de Goytacazes, no Espírito Santo, que receberá mais 74 hectares de Mata Atlântica.
“Essa área foi doada pela Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] ao Instituto Chico Mendes e vai possibilitar que sejam feitas tanto pesquisas como uso múltiplo sustentável dos recursos florestais”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante o anúncio em cerimônia no Palácio do Planalto.
Entre as áreas indígenas homologadas estão a Tenharim-Marmelo, Matintin e Santa Cruz da Nova Aliança, no estado do Amazonas, e Xipaia, no Pará.
A promessa de homologação vem sendo feita desde o ano passado, mas existia uma resistência por parte dos índios em relação aos procedimentos para o reconhecimento das terras. A falta de acordo encerrou por um ano as atividades da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) que foi retomada ontem (4) por representantes de várias etnias e pelo governo, no Ministério da Justiça.
Na reunião de ontem, tanto governo quanto povos indígenas reafirmaram em discurso a disposição para chegar a um consenso em relação a temas como a questão da terra e políticas de saúde, educação e da mulher indígena.
Outra medida do pacote ambiental é o encaminhamento ao Congresso Nacional, pela presidenta Dilma Rousseff, de mensagem fundamentando o processo de ratificação, pelo Brasil, do Protocolo de Nagoia, que regulamenta o uso e garante os direitos aos benefícios produzidos a partir dos recursos genéticos.
Ministra rebate críticas sobre timidez do pacote ambiental na criação de áreas de preservação
O processo de criação de unidades de conservação (UCs) mudou e incluiu a consulta a todas as instâncias políticas para verificação de conflitos socioambientais, afirmou ontem (5) a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Ao rebater críticas sobre a timidez do pacote ambiental anunciado nesta terça-feira, que criou duas unidades e ampliou outras três áreas de preservação, a ministra explicou que a consulta foi a solução encontrada para evitar problemas depois da constituição dessas áreas.
“Não chegamos ao limite das áreas protegidas. Mas não vamos criar UCs como no passado, sem consultar todas as instâncias políticas ou sem verificar se existem conflitos socioambientais estabelecidos”, disse. Segundo a ministra, hoje, o país tem que rever as áreas de várias unidades de conservação por identificar, só depois da criação, a presença de comunidades e até de sedes urbanas inteiras de municípios nesses locais.
Izabella Teixeira garantiu que as UCs criadas com o pacote não têm conflitos e tiveram a concordância de todas as partes envolvidas. “Queremos fazer uma gestão mais permanente e não ter que ficar remodelando as áreas já propostas”, observou, reconhecendo que faltou a criação de uma unidade em Maués, na Amazônia, que era de intenção do governo federal. A região tem uma importante função na preservação de espécies primatas, mas, segundo a ministra, a proposta de criação dessa área não foi aceita pelo governo do estado.
“Temos que buscar agora outros biomas menos protegidos. A Amazônia está no último degrau para alcançar a meta de 30% do território protegido. Temos 27,4%. Outros biomas como Pampa, Caatinga e Pantanal precisam ter unidades ampliadas, assim como as áreas costeiras e ambientes marinhos”, acrescentou Izabella.
A ministra ainda voltou a destacar a redução do desmatamento na Amazônia. Pelos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na região foi 8% menor entre agosto de 2010 e julho de 2011, comparado ao período anterior. Izabella Teixeira acrescentou que os dados do Sistema de Detecção de Desmatamento da Amazônia em Tempo Real (Deter), também produzido pelo Inpe, mostram uma redução do desmate mês a mês.
“O Deter de abril mostra que a redução de desmatamento em 2012 em relação a abril de 2011 foi 51%. De maio de 2012 a maio de 2011, a redução foi 64%”.
 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Repórter Eco faz especial dedicado à Semana do Meio Ambiente


Quando o consumo é uma necessidade e quando é um desejo? Qual é o impacto das nossas escolhas diárias na vida do planeta? Um filósofo e um publicitário alertam que nosso estilo de vida é cada vez mais importante para determinar o que será do mundo. Ao lado dessa matéria, o Repórter Eco na Semana do Meio Ambiente também faz uma viagem pelo mundo da música clássica.  O programa da TV Cultura vai ao ar neste domingo (3/6), às 17h30.

Para mostrar a preocupante situação global nos índices de consumo, o Repórter Eco traz dados de uma ONG ambientalista, a Worldwatch Institute, informando que a população mundial gasta, por ano, o equivalente a 30 trilhões de dólares em produtos e serviços. Por outro lado, a ONU (Organização das Nações Unidas) afirma que cerca de 1 bilhão de habitantes do Planeta passam fome. O filósofo Luiz Felipe Pondé reflete: "O consumo está diretamente ligado ao desejo. E o desejo me parece uma estrutura básica do ser humano”. Ele exemplifica: “Uma coisa é entender o consumo como: `eu quero consumir um carro novo a cada ano´. Outra coisa é entender o consumo como parte da necessidade natural do ser humano”.

Gino Giacomini Filho, professor da USP (Universidade de São Paulo), faz uma relação pouco explorada entre consumo e meio ambiente: “Não adianta ter um guarda-sol que funciona bem, ter um filtro solar eficiente se a praia é poluída. Não adianta ter um carro bonito, uma casa bonita, se a água que ele tá consumindo é escassa ou está contaminada...”

Sons e formas da natureza inspiraram compositores consagrados, como Vivaldi e Villa Lobos. Quem fala sobre isso é o maestro Julio Medaglia, que apresenta o programa Fim de Tarde, na rádio Cultura FM. “Villa Lobos era um homem apaixonado pelo Brasil, pelas coisas brasileiras... Ele compôs um balé que é  uma das  obras mais maravilhosas do século 20, que se chama Uirapuru...” explica o maestro. “No caso de Vivaldi, é muito interessante porque ele foi um dos primeiros a usar a música como narração... Ele escreveu uma série que se chama As quatro estações, que todo mundo conhece.”

Medaglia, que mora numa casa com área verde e tranquila, fala sobre sua relação com o meio ambiente: “Aqui eu fico em silêncio absoluto. Então eu fico em contato com esses sons”.


Novo Código Florestal virou um Código Agrário, diz Marina Silva

Por Alana Gandra

Rio de Janeiro - A aprovação do novo Código Florestal, mesmo com os vetos da presidenta Dilma Rousseff, significa, para a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, a revogação de “mais de 20 anos de esforço de regulação e governança ambiental” no país. “Temos um Código Florestal que não é mais florestal, é um Código Agrário. O que está sendo avaliado é uma caixa de Pandora [caixa que, na mitologia grega, continha todos os males do mundo], com todas as maldades”, criticou.

Marina participou hoje (1º) de seminário sobre energia limpa, na Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), que antecede a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que ocorre de 13 a 22 de junho no Rio. A ex-senadora definiu o veto da presidenta Dilma Rousseff ao Código Florestal como “periférico e insuficiente”.

Os pontos negativos mais importantes do novo Código Florestal são, na opinião da ex-ministra do Meio Ambiente, a manutenção da anistia para os desmatadores e a redução da proteção das áreas que deveriam ser preservadas, como manguezais, nascentes e margens dos rios. “Permaneceu o projeto do Senado, com agravamentos”, disse.

Marina ressaltou que o antigo Código Florestal tinha ajustes que haviam sido propostos para corrigir algumas situações de entendimento entre ambientalistas, produtores e governo. Ela citou, como exemplo, o cultivo de parreiras, macieiras e dos cafezais. Por serem culturas de ciclo longo e lenhosas, deveriam ficar aonde estão. “Quando nós concordamos com esse arranjo, eles disseram: então, também podem a pecuária, a agricultura de modo geral e o plantio de espécies exóticas e foi isso que ficou no texto do Senado”.

Marina disse que, nesse caso, uma transigência correta para atualizar o código sofre a colocação “de uma agenda do século passado, que é aumentar a produção pelo uso predatório dos recursos naturais”. Ela disse que não é justo o que está sendo feito com as florestas brasileiras. “Estão transferindo o passivo da agricultura para as florestas”.

A ex-ministra denunciou ainda a existência no Brasil de 120 milhões de hectares com uma pecuária improdutiva, que produz uma cabeça de gado por hectare, quando na Argentina são produzidas três cabeças por hectare. Ela acredita que se o país aumentar a eficiência para produzir mais, apoiado pelas tecnologias hoje disponíveis, seriam liberados cerca de 17 milhões de hectares para outros usos.

Outro problema, segundo Marina, é que o país produz um emprego a cada 400 hectares, quando existem tecnologias que permitem produzir um emprego a cada 80 hectares. “Estão transferindo a ineficiência do setor para as florestas. A biodiversidade, os recursos hídricos e a sociedade, de modo geral, estão pagando o preço por não serem enfrentados os gargalos da agricultura”.

Marina também criticou a postura contrária do governo brasileiro à criação de uma agência mundial ambiental em substituição ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), orgão de funcionamento semelhante à Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo. “O que se quer, disse, é ficar no mesmo lugar. No lugar da inércia”.

Em comparação a 1992, quando ocorreu a Conferência da ONU para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio92), Marina avaliou que o cenário hoje é melhor, do ponto de vista da sociedade. “Nós estamos com retrocesso do ponto de vista do governo”. Ela mostrou-se, entretanto, otimista, no sentido de que esses retrocessos podem ser corrigidos e deixou claro que não tem atitude de oposição em relação à presidenta Dilma. “Espero que os rumos sejam corrigidos por quem tem o poder de corrigir, que é o próprio governo. A esperança não é a última que morre. É aquela que não deve morrer”.