quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

PLA: o plástico compostável

Opção pode ser a substituta das sacolas plásticas tradicionais, feitas com plástico oriundo de queima de combustível fóssil.

 

Das alternativas às sacolas plásticas convencionais, o plástico produzido com ácido polilático (PLA) está à frente das demais opções, pelo menos até agora. Quem atesta isso é a própria rede do varejo supermercadista que se movimenta para estocar o produto e adotar a tecnologia como forma de adaptacao ao polêmico contexto, cuja tendência aponta para a diminuição do uso das sacolinhas convencionais (um mercado da ordem de R$ 1 bilhão/ano e mais de 14 bilhões de unidades produzidas, só no Estado de São Paulo) devido a leis ambientais.

O PLA é um poliéster termoplástico feito com ácido lático (composto orgânico de função mista - ácido carboxílico e álcool) a partir de fontes renováveis (milho, mandioca, beterraba e cana-de-açúcar podem ser matérias-primas) e, por isso, é biodegradável, compostável, reciclável (desde que com outros resíduos de PLA ou em uma proporção de até 1% de PLA misturado com resinas convencionais), além de poder ser incinerado. Os processos para a obtenção do PLA variam de acordo com o fabricante, como veremos adiante.

Onde pode ser empregado

O plástico produzido com PLA pode substituir o plástico normal em filmes para a produção de tubetes, sacolas plásticas, embalagens para cosméticos, embalagens alimentícias, copos, bandejas, pratos, talheres, tampas, canetas, frascos e garrafas, entre os produtos usuais e presentes em nosso cotidiano.

Vantagens e desvantagens

As principais vantagens do material já foram informadas no momento em que o descrevemos: é biodegradável, compostável, proveniente de fonte renovável (milho, mandioca, beterraba, etc.), pode ser reciclado (desde que essa reciclagem ocorra com plásticos de PLA puro ou na proporção de até 1% de PLA com 99% de resinas convencionais), e sua biodegradabilidade é comprovada por normas americanas (ASTM D-6400) e européias (EM-13432), o que pressopõe que o material sofra degradação em até 180 dias em condições de compostagem (com temperatura, umidade, luz e microorganismos controlados).

No entanto, há problemas. Esse material só se biodegrada corretamente em usinas de compostagem, onde há condições adequadas de luz, umidade, temperatura, além da quantidade correta de microorganismos. Essa não é a realidade no Brasil, pois a maior parte do lixo acaba parando em lixões e aterros sanitários. Nesses locais, não não há garantias de que o material se biodegrade em sua totalidade. Sem contar que as condições oferecidas por lixões e aterros propiciam uma biodegradação anaeróbica, fazendo com que haja liberação do gás metano (em vez do CO2 gerado durante a biodegradação aeróbica), um gás que contribui cerca de 20 vezes mais para o efeito estufa em comparação com o CO2, segundo estudos recentes.

Outra questão importante é o uso de matéria-prima comestível e os efeitos disso sobre um cenário de potencial escassez global de alimentos. A produção em larga escala implicaria em maior área de plantio, maior consumo de água, fertilizantes e outros insumos. Outro fator a ser observado  seria o possível uso de plantas transgênicas (ou geneticamente modificadas) na produção do plástico de PLA.

Opções no mercado

Dois grandes fabricantes desenvolvem o PLA como matéria-prima para a produção de sacolas plásticas. A Basf batizou o seu projeto de Ecovio® e usa o milho como base para a síntese do ácido polilático. O produto da Nature Works, proposto pela Cargill-Dow, utiliza um meio de cultura de açúcar, do qual é obtido um hidrolisado de amido. Esse composto é fermentado para obter ácido láctico (o mesmo do iogurte), que é polimerizado para gerar o plástico.

Diferença

Apesar de também poder ser feito a partir do amido, o PLA é diferente do plástico de amido, conhecido como amido termoplástico, que perde as qualidades físicas quando entra em contato com a água. O processo de produção do PLA usa o amido simplesmente como uma das possibilidades para se chegar ao ácido lático, diferentemente do plástico de amido termoplástico, que tem o amido como matéria-prima principal . O PLA é mais resistente e se parece mais com um plástico normal, além de manter 100% da sua biodegradabilidade (isso levando em conta as condições já citadas).

Modo mais sustentável de usar

Como a reciclagem do PLA associada a outros plásticos embute riscos (pode ser reciclado desde que o processo ocorra com plásticos de PLA puro ou na proporção de até 1% de PLA com 99% de resinas convencionais) e ele é compostável, uma boa indicação pode ser utilizar tais embalagens no acondicionamento dos resíduos não recicláveis, cujo destino tem como fim o lixo comum, já que ele se biodegrada. Idealmente, envie para locais em que o metano desprendido possa ser capturado, caso de aterros sanitários especializados.

Para descartar seus objetos plásticos, entre na seção Postos de Reciclagem da eCycle. Fique atento às próximas matérias do tema plásticos degradáveis.

Fonte: ecycle 

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