sábado, 18 de agosto de 2012

Conselho de engenharia diz que vergalhões estavam mal amarrados em obra onde operário foi atingido no crânio



Órgão vai convocar engenheira responsável por empreendimento onde acidente aconteceu

 
O Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio) vistoriou a obra em Botafogo, na zona sul da capital, onde o operário Eduardo Leite, de 24 anos, foi atingido na cabeça por um vergalhão de dois metros. A comissão constatou que os vergalhões usados no empreendimento não estavam bem amarrados quando foram içados, o que descumpre normas de segurança do Ministério do Trabalho.
 
O conselho vai convocar, nas próximas semanas, a engenheira responsável pelas obras na rua Muniz Barreto, 111. Leite teve o crânio atravessado pelo objeto, que caiu do quinto andar da obra.

Ela vai prestar depoimento na Capa (Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes) e também terá uma das ARTs (Anotação de Responsabilidade Técnica) cancelada, já que foi verificado que a profissional assumiu a responsabilidade técnica tanto pela obra quanto pela segurança do empreendimento, o que é proibido pela Câmara Especializada de Segurança do Trabalho.
 
Durante vistoria realizada nesta sexta-feira (17), os técnicos do Crea-RJ verificaram ainda que, no momento do acidente, não havia responsável técnico de segurança, que deveria isolar a área quando o vergalhão foi içado, o que evitaria o acidente.

Lúcido e sem sequelas
 
A Secretaria Municipal de Saúde informou, ao meio-dia desta sexta-feira, que o estado de saúde de Leite era estável neste horário. Ainda de acordo com a secretaria, ele fazia uso de antibióticos para evitar infecções. O paciente passou bem a noite, estava lúcido e não apresentava sequelas. Até meio-dia, não havia previsão de alta.

Quando foi socorrido, o rapaz chegou ao hospital consciente e falou com os médicos. Apesar de ter o cérebro atravessado pelo objeto, os médicos disseram, na quinta-feira (16), que ele não teria sequelas.

Segundo a equipe que atendeu o rapaz, se ele fosse atingido mais 3 cm para a direita do crânio, ficaria sem os movimentos do lado esquerdo do cérebro.

A mulher do operário, Lilian Regina da Silva Costa, o visitou nesta sexta no CTI (Centro de Terapia Intensiva). Ela disse que o marido fez uma declaração de amor.

— Ele ainda está bem nervoso, mas já está bem e nem parece que aquilo tudo aconteceu. Quando eu cheguei, a primeira coisa que ele falou foi: ‘eu te amo’. Fiquei muito emocionada.

Lilian disse ele já faz planos sobre o que fará quando deixar o hospital. Para a mulher, o operário nasceu de novo.

— Ele falou que a primeira coisa que vai fazer quando sair daqui é ir à igreja. Foi uma grande benção. Ele ganhou uma nova vida. Fiquei muito emocionada e chorei muito.

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