sexta-feira, 1 de junho de 2012

Desmatamento de 73 hectares de Mata Atlântica é autuado pelo Ibama na Paraíba


João Pessoa (01/06/2012) - Fiscais do Ibama autuaram na última terça-feira (29/05) um desmatamento de 73 hectares de Mata Atlântica no município de Pilõezinhos, no Brejo paraibano. A área, que teve a vegetação nativa destruída e queimada ilegalmente para o plantio, será embargada pelos agentes, as multas a serem aplicadas aos responsáveis pela devastação somam R$ 584 mil. 
 
A Mata Atlântica, constitucionalmente reconhecida como floresta de especial preservação, é o bioma mais ameaçado do país. Da área de abrangência original do bioma Mata Atlântica, de 1.315.460 km², restam apenas 102.012 km², após 512 anos de colonização do Brasil. O que resta da cobertura original da Mata Atlântica no país tem o desmatamento proibido. Os remanescentes são muito fracionados, com poucas áreas de dimensões significativas, como é o caso dessa área que foi desmatada ilegalmente em Pilõezinhos, que representa 0,1% dos remanescentes de Mata Atlântica no estado.

“É muito triste constatar, em plena véspera da semana do meio ambiente, que a Mata Atlântica continua sendo devastada ilegalmente no estado da Paraíba para utilização alternativa do solo, isso mostra que ainda há pessoas e empresas com mesma mentalidade do tempo dos senhores de engenho em relação ao meio ambiente”, afirma o superintendente do Ibama na Paraíba, Bruno Dunda.


A Operação Dalbergia está em curso desde a semana passada no estado da Paraíba, nas regiões do Brejo e do Litoral, e faz parte do Planejamento Nacional Anual de Proteção Ambiental do Ibama (PNAPA), para coibir o desmatamento criminoso da Mata Atlântica no estado. A fiscalização conta com indicativos de desmatamentos detectados por análise de imagens de satélites no Núcleo de Geoprocessamento da Superintendência do Ibama na Paraíba.
 
“Um desmatamento dessas dimensões, 73 hectares na Mata Atlântica, é uma enormidade considerando o pouco que resta do bioma e a sua importância para a biodiversidade, é tão hediondo e nocivo como aqueles desmatamentos de milhares de hectares feitos na Amazônia, que chocam a opinião pública quando aparecem sendo fiscalizados pelo Ibama nos telejornais”, avalia o superintendente.

O desmatamento ilegal é um crime que tem consequências que afetam a toda a população, uma vez que contribui para a aceleração da degradação dos solos com a erosão, o assoreamento dos rios, agrava as secas e as enchentes, além de causar perda da biodiversidade e de habitat das espécies da fauna silvestre. O Ibama continuará a agir com vigor para proteger a Mata Atlântica e a Caatinga na Paraíba, buscando evitar os desmatamentos e autuando e embargando atividades em áreas onde houver desmate ilegal.


Christian Dietrich
Ascom - Ibama/PB
Fotos: Carlos Fernando Pires de Souza

Nenhum comentário:

Postar um comentário