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| Para 65% da população, as mudanças climáticas devem ser enfrentadas urgentemente e 22% querem ações imediatas l Foto: Jardim para Liberdade | 
  O brasileiro está mais preocupado com o aquecimento global. Pesquisa da  Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada na última  sexta-feira (4) aponta que 65% da população considera a mudança do clima  como um problema muito grave. Em 2009, o índice foi de 47%.  Além  disso, a maioria dos entrevistados acredita que esse é um assunto  urgente e que deve ser enfrentado imediatamente.
  “Há uma maior sensibilidade por parte da população em relação ao tema.  As pessoas estão sentindo a mudança do clima, percebem a variação na  temperatura e a ocorrência de desastres naturais, como as enchentes”,  avalia o gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato  Fonseca. “As políticas de conscientização estão atingindo mais as  pessoas”, reforça.
  O estudo Retratos da Sociedade Brasileira 2012 é feito pela CNI em  parceria com o Ibope. Foram entrevistados 2.002 eleitores, de 16 anos ou  mais, em dezembro de 2011 – seis meses antes da Rio+20, a Conferência  da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre desenvolvimento  sustentável. É a terceira edição da pesquisa com foco no meio ambiente. A  primeira foi apresentada em 2009. O estudo está dividido em três  capítulos: preocupação com o meio ambiente, mudanças climáticas e coleta  seletiva de lixo e reciclagem.
  Para 65% da população, as mudanças climáticas devem ser enfrentadas  urgentemente e 22% querem ações imediatas, mesmo que o problema só  ocorra daqui a alguns anos. A maioria (79%) associa o problema às ações  realizadas pelo homem e 16% dizem que se deve a um processo natural da  terra. 
  A indústria foi eleita por 38% dos entrevistados como a principal  responsável pelo aquecimento global contra 22% que optaram pelo cidadão e  18% pelos governos. Contudo, no Brasil, a principal fonte de emissão de  gases do efeito estufa é o desmatamento e, apesar disso, apenas 3%  responsabilizam as empresas agropecuárias – cuja atividade está  associada a esse problema.
  Assim como ocorreu na percepção de gravidade do aquecimento global, o  percentual da população que se preocupa com o meio ambiente de uma forma  geral também aumentou. O índice passou de 80%, em 2010, para 94%, em  2011. Para 44% dos entrevistados, a preservação deve ter prioridade  sobre o crescimento econômico, enquanto 40% dizem que é possível  conciliar os dois.
  O desmatamento é o problema que mais preocupada, eleito por 53% dos  entrevistados. Em seguida está a poluição das águas, citada por 44%, e  as mudanças climáticas, com 30%. Contudo, mais de 40% dizem que as  iniciativas em prol da preservação do meio ambiente se mantiveram  inalteradas, seja por parte do governo, das empresas ou mesmo da  população. Mas 68% acreditam que o governo da presidente Dilma Rousseff  dá atenção ao tema ambiental.
  Do total, 71% afirmam evitar o desperdício de água e 58% procuram  economizar energia. Embora a maioria (52%) diz estar disposta a pagar  mais caro por produtos ambientalmente corretos, apenas 18% dão  prioridade a produtos “verdes” ou embalagens recicláveis. “A população  está sim preocupada, mais consciente. Contudo, as ações estão muito  focadas na economia dentro de casa, ainda falta um comprometimento  maior”, afirmou Renato Fonseca.
  Mais da metade da população (59%) separa algum tipo de lixo e 67%  consideram a reciclagem muito importante para o meio ambiente. No  entanto, 48% afirmam não ter acesso à coleta seletiva de lixo. Foi a  primeira vez que a pesquisa analisou a opinião da população sobre  coletiva seletiva.
 
 
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