segunda-feira, 26 de março de 2012

Cabines telefônicas abandonadas se convertem em bibliotecas comunitárias em NY

Imagens: John Locke.

As cabines telefônicas podem estar com os dias contados em Nova York: com a invasão dos smartphones, e do vandalismo e falta de manutenção generalizados, talvez esteja na hora de repensar sua utilidade.

A proposta do arquiteto John Locke é transformar as cabines em bibliotecas comunitárias, com estantes em cores vivas e caixas para devolução de livros, à semelhança das bibliotecas tradicionais.



Assim como os projetos similares instalados em Los Angeles e na Inglaterra, a versão nova-iorquina integra o projeto DUB (sigla em inglês para “Departamento de Melhorias Urbanas”, de Locke).

Ao observar que as 13.569 cabines telefônicas da cidade competiam com 17 milhões de celulares, o arquiteto se perguntou se constituíam “um anacronismo ou uma oportunidade”, como ele mesmo descreve:

“Embora tenham se tornado obsoletas pela onipresença dos smartphones, as cabines me interessam por serem anacrônicas e cotidianas. São relíquias, uma tecnologia morta à beira da obsolescência, remetendo a um espaço compartilhado que talvez perca toda a sua utilidade. É algo nostálgico, já que não consigo pensar em uma cabine telefônica sem evocar imagens de uma senhora impaciente, batendo na porta enquanto eu tentava completar uma ligação do lado de dentro. É claro que hoje são um tanto inconvenientes, meros outdoors para pedestres que ocupam espaço em determinados bairros (é difícil achar um telefone público em Tribeca, onde há oito cabines distantes entre as ruas 108 e 109 e a Avenida Columbus). Mas também podem ser um espaço de oportunidades, um lugar para encontrar os vizinhos e compartilhar um bom livro”.

Locais diferentes, resultados diferentes

Usando livros doados, Locke montou uma primeira versão em um bairro mais afastado, onde os livros sumiram em seis horas e as prateleiras foram roubadas em pouco mais de uma semana. A segunda versão (foto abaixo), instalada a oito quadras, saiu-se bem melhor, graças à mudança de local e à implementação de um sistema de organização digno de Melvin Dewey, além da inserção do logo do projeto DUB.



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