sábado, 28 de janeiro de 2012

Cientistas criam sabão magnético para limpar vazamentos de petróleo

A opção deve reduzir os impactos ambientais gerados pelos acidentes. | Imagem: KeystoneUSA-ZUMA / Rex Features

Os cientistas da Universidade de Bristol e do Institut Laue-Langevin estão desenvolvendo o primeiro sabão magnético do mundo, usado para limpar vazamentos de petróleo. Esses acidentes petrolíferos têm um impacto devastador sobre a vida marinha. Basta olharmos para uma das imagens das consequências do derrame de petróleo no Golfo do México para compreender a terrível realidade.

O colapso do Deepwater Horizon lançou 4,9 milhões de barris de petróleo no Golfo do México em 2010. O petróleo consumiu tudo em seu caminho, assumindo o ecossistema com seus “venenos” e causando todos os tipos de problemas ambientais.

De acordo com o relatório publicado na revista Nature no ano passado, para assumir o controle da situação, cerca de três milhões de litros de dispersantes, incluindo sabões industriais chamados surfactantes foram lançados. Estes produtos químicos criaram seus próprios problemas ambientais e não só penetraram no óleo, mas viajaram milhares de milhas além do derramamento. Eles só começaram a quebrar as moléculas seis meses depois. Uma solução mais sustentável e segura é necessária.

O sabão, que está em fase de desenvolvimento, é composto de ferro rico em sais dissolvido em íons de água, brometo e cloreto. Esses íons formam um núcleo magnético dentro das partículas do sabão e podem ser controlados por campos magnéticos quando aplicado à água.

O projeto Magnetic Control over Liquid Surface Properties with Responsive Surfactants está atualmente em fase teórica, no entanto os cientistas imaginam um detergente futuro que poderá ser produzido a partir dessa hipótese, o que levará à limpeza segura de vazamentos de petróleo e de ambientes sensíveis. A hipótese chama a atenção para o uso de ímãs para levantar as substâncias nocivas sem perturbar demais o ambiente natural.

Um dos principais autores do artigo, Julian Eastoe, que liderou a pesquisa disse que existe a possibilidade dos sabões magnéticos serem usados para recriar o mesmo fenômeno em mais líquidos comercialmente viáveis, cuja gama de aplicações podem ir desde o tratamento de água a produtos de limpeza industrial.

A nova técnica foi submetida a testes limitados pelos pesquisadores. O sabão foi inserido abaixo de uma solução orgânica menos densa dentro de um tubo de ensaio. Sob o efeito de uma força magnética, o sabão foi levitado para a superfície.

Os especialistas vão continuar com mais pesquisas e elaborar métodos para desenvolver sabões que possam ser controlados pela luz, mudanças no pH, dióxido de carbono, temperatura ou pressão. Com informações do Mother Nature Network.

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