segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Documentário focaliza construção da Usina de Belo Monte

Ativista segura um cartaz com os dizeres “O Xingu é sagrado” durante manifestação em junho. Imagem: Guima San/ Creative Commons

Uma guerra está prestes a ser deflagrada na Amazônia, e há muito em jogo. De um lado, fortes interesses políticos e econômicos se posicionam pela construção de uma usina hidrelétrica de alto impacto, impassíveis diante dos problemas sociais, ambientais e culturais que o projeto acarreta. Do outro, um número crescente de ativistas tenta conscientizar a população sobre o significado da usina para o futuro da nação e o bem-estar de seus cidadãos mais vulneráveis (e mesmo sem financiamento e fácil acesso à mídia, estão encontrando uma forma de transmitir sua mensagem).
O cineasta André D’Elia é um desses ativistas e espera que seu documentário, Belo Monte – Anúncio de uma Guerra,  chame a atenção para a questão.
Movimentos contrários à Belo Monte impediram sua construção quando o projeto foi proposto pela primeira vez, em meados da década de 1970, mas nos últimos anos o governo brasileiro tem se empenhado de forma contundente para fazê-lo sair do papel, apesar dos protestos internacionais. A primeira preocupação dos ativistas é o tamanho da barragem, que deixará uma pegada de 494 quilômetros quadrados na ecologicamente sensível floresta amazônica, além do fato de que 50 mil pessoas, em sua maioria povos indígenas, serão desalojadas no processo.
Para piorar a situação, o governo parece disposto a impor a construção da usina à revelia das recomendações dos órgãos federais. As polêmicas envolvendo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais, (IBAMA) levaram à demissão de vários diretores, que foram substituídos por outros favoráveis ao projeto. Enquanto isso, manifestantes contrários a Belo Monte têm dificuldades para divulgar sua mensagem e obter um apoio mais amplo da sociedade.
Para destacar os impactos da usina e expor a forma tortuosa com que vem sendo planejada, André D’Elia gravou mais de 120 horas de entrevistas e depoimentos, compiladas no documentário acima. O diretor pede doações ao público para cobrir os custos de finalização e o lançamento no Brasil.

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