sábado, 31 de março de 2012

Pontos turísticos do Brasil aderem à Hora do Planeta e apagam as luzes

 

Monumentos ficaram às escuras neste sábado (31), a partir das 20h30.
O Cristo, no Rio, e a ponte estaiada, em SP, tiveram iluminação desligada.

 

Cristo Redentor apagado no Rio de Janeiro (Foto:
Marcos Teixeira Estrella/TV Globo)

 

Os principais monumentos e pontos turísticos das principais cidades do Brasil apagaram suas luzes às 20h30 deste sábado (31) para participar da Hora do Planeta 2012.

No Rio de Janeiro, os Arcos da Lapa, no Centro, o Cristo Redentor e a orla de Copacabana e Ipanema, na Zona Sul da cidade, entre outros locais, ficaram às escuras por alguns minutos.
A ação é uma parceria da Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, com a WWF-Brasil.

"O Rio de Janeiro se sente honrado em mais uma vez participar da Hora do Planeta. Nosso objetivo é incentivar ações sustentáveis e promover o uso adequado da energia", disse o secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório.

Além desses pontos turísticos, também tiveram as luzes apagadas a Igreja da Penha, na Zona Norte, e o Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, na Zona Sul.

Vista da ponte estaiada, na zona sul de São Paulo. A capital paulista também participou da "Hora do Planeta 2012" (Foto: AE)


Em São Paulo, a ponte estaiada Octávio Frias de Oliveira tambem ficou às escuras durante a "Hora do Planeta", na Marginal Pinheiros, bairro do Brooklin, zona sul da cidade.130 cidades apagaram as luzes de mais de 550 monumentos e pontos turísticos ou históricos significativos às 20h30 locais, durante uma hora.

O evento começou em 2007 com uma iniciativa da cidade de Sidney, na Austrália, para sinalizar aos governantes do mundo sobre a necessidade de tomar providências imediatas para minimizar os impactos das mudanças climáticas.

O que fazer durante a Hora do Planeta?


A Hora do Planeta acontece neste sábado (31). O evento realizado pela rede ambiental WWF, conta com a participação de pessoas em todo o mundo, dispostas a desligar suas luzes por uma hora, demonstrando sua preocupação com as mudanças climáticas. O CicloVivo, que também apoia e participa desta ideia, preparou algumas dicas que podem deixar esses 60 minutos mais divertidos. 

Aos casais

Entre 20h30 e 21h30 os casais podem ter um jantar romântico. As velas substituirão as luzes com todo o romantismo que um encontro especial precisa ter. Outra boa opção é sair para ver as estrelas, que quase sempre passam despercebidas em meio aos múltiplos afazeres, principalmente para as pessoas que moram nas grandes cidades. O romantismo não está fora de moda e essa uma hora é um bom pretexto para comprovar isso.

Às crianças e aos adultos que ainda são “crianças”

Os adultos também podem aproveitar para relembrar os tempos de criança. Juntar a parte infantil da família, e até aqueles que já são crescidinhos, pode render boas brincadeiras. Uma das mais adequadas para o momento é brincadeira de fazer sombras, que necessita de apenas uma vela e muita criatividade. Se a turma for mais aventureira e gostar de adrenalina o tempo pode ser ocupado com boas estórias de terror. O escuro traz um pouco de “veracidade” e deixará a conversa ainda mais emocionante.

Aos ocupados

Para as pessoas que vivem sempre na correria e quase não têm tempo de pensar em outra coisa que não seja o trabalho, essa pode ser a “hora da liberdade”. O ideal é deixar, mesmo que momentaneamente, os problemas de lado e pensar em coisas boas, meditar ou simplesmente fazer nada, como se estivesse em outra realidade.

Aos preguiçosos

Aos mais tranquilos, essa pode ser também uma desculpa para ganhar um tempinho a mais de sono. Mesmo que esse já seja um hábito comum, descansar nunca é demais. Se o sono não vier, pode ser simplesmente um período de reflexão e oportunidade de deixar os pensamentos soltos, sem preocupação alguma.

Aos amigos

A Hora do Planeta também pode ser ótima para fortalecer amizades. Juntar os amigos em um churrasco ou somente para bater papo. Isso é certamente sinônimo de diversão e muitas risadas, que devem durar por muito mais que uma hora.

A todos

Não importa como esse tempo é preenchido, mas sim o significado que a mobilização tem e como ela coopera para mudanças de atitude e com o futuro da própria humanidade. Por isso, quanto mais pessoas participarem melhores serão os resultados para todos.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Cadastro deve contribuir na redução do índice de desmatamento no Maranhão

Secretário-adjunto de Recursos Ambientais comenta dados divulgados por ministério.

Produção de carvão é causa apontada para o aumento da área desmatada. Foto: Vianey Bentes/TV Globo.

SÃO LUÍS – Na segunda-feira (26), o Diário Oficial da União publicou portaria do Ministério do Meio Ambiente (MMA) com a lista de 53 municípios prioritários para o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas do Bioma Cerrado (PPCerrado), vinte deles no Maranhão – principalmente na região central –, Estado que lidera a lista em número de municípios na lista de prioridades, seguido por Bahia e Tocantins. Na lista, estão os municípios que desmataram área superior a 25 quilômetros quadrados (km²) entre 2009 e 2010 e possuam, em seu território, mais de 20% de cobertura vegetal nativa, unidades de conservação, terras indígenas ou quilombolas. 

Todos os 53 municípios são responsáveis, segundo o levantamento, por 44,7% de toda a área desmatada no período, superior ao índice registrado em toda a região amazônica. Medidas de incentivo às atividades econômicas sustentáveis, ordenamento territorial e controle vão ser tomadas pelo governo federal para reduzir as taxas de desmatamento registradas, de acordo com a portaria do MMA. Segundo o ministério, o desmatamento ocorre, principalmente, em função da produção de carvão, da pecuária e da chamada "lavoura branca" (plantio de soja, algodão e arroz).

Plantio de soja, também, é apontado entre fatores que levaram ao desmatamento. Foto: Arquivo/O Estado.

O secretário-adjunto de Recursos Ambientais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (Sema), Antônio César Carneiro, em entrevista, nesta manhã, ao Imirante, afirmou que o órgão já esperava o resultado do levantamento. "A gente não diverge dos dados. Talvez, algumas interpretações, porque, como o ministério trata do país inteiro, muitas vezes, aquelas especificidades, como a forte presença da agricultura familiar no Maranhão, passa sem destaque", disse.

"A gente sempre se preocupa com o tratamento que é dado com a questão da agricultura familiar. Muitas vezes, se coloca, na mesma situação, o desmatamento feito pela agricultura empresaria, pelo agronegócio, e, também, pelos agricultores familiares. Muitas das vezes, as áreas desmatadas pelos agricultores familiares são itinerantes, até mesmo por causa da terminologia usada, a ‘roça no toco’. Então os tocos não são eliminados. Em função disso, mesmo com a queimada, eles rebrotam", afirma.

Desde o ano passado, o órgão, segundo o secretário-adjunto, vem trabalhando para implementar o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Plano de Controle de Desmatamento e Queimadas no Maranhão. Antônio César Carneiro ressaltou que a Sema toma as medidas administrativas relacionadas ao desmatamento ilegal no Estado. A punição legal dos agricultores cabe ao Ministério Público (MP) e à Justiça.

Queimadas

Nos próximos dias, segundo o secretário-adjunto, o MMA deve divulgar outros dados que incluem as queimadas, o que deve colocar, novamente, o Maranhão no topo da lista. "Tem outra lista, que não saiu ainda, que coloca a queimada, que é mais forte no Maranhão, por causa da agricultura familiar. A lenha é utilizada para a produção de carvão, a lenha é queimada nos fornos das carvoarias, e não no campo. Porque para a agricultura familiar, cinza é um insumo, é um fertilizante", diz.

Dados sobre queimadas e incêndios devem ser divulgados nos próximos dias. Foto: Arquivo/Douglas Jr./O Estado

Para ele, deve-se distinguir as queimadas, normalmente feitas para uso agrícola, e incêndios florestais, que geralmente de iniciam em beira de rodovias. Para isso, a Sema conta com a parceria com a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para identificar os pontos mais críticos.

Ainda de acordo com Antônio César Carneiro, representantes da Sema, além de secretarias do Meio Ambiente do Tocantins e Amapá, vão se reunir, em Brasília, nos dias 12 e 13 de abril, em uma atividade promovida pelo MMA para discutir a questão das queimadas nos Estados. A Sema estendeu o convite a representantes da Agencia Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen) e Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma).


Fiscais confirmam extração de madeira em reservas indígenas no MA


 Crime ambiental acontece com a conivência dos próprios índios. 
 Carga apreendida daria pra encher 45 caminhões.

  Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), adentraram nesta sexta-feira (30), reservas indígenas, localizadas no noroeste do Maranhão. No local, comprovaram o crime ambiental, com mais um agravante: a conivência do próprios índios.


"Estamos numa área federal, em uma área indígena. E o que acontece aqui, com certeza é com o conhecimento do chefe da tribo. Eles ganham dinheiro para fornecer essa madeira", disse Tenente Vera Cruz, do Batalhão Florestal do Maranhão.

A selva amazônica maranhense se tornou domínio de madeireiros. As árvores, em toras, ficam espalhadas em clareiras abertas nas florestas, até o fim do período chuvoso, quando são recolhidas. As trilhas ficam ainda mais encharcadas com o tráfego de caminhões. Um mateiro - espécie de guarda-florestal - também confirmou a extração indevida na reserva dos Kaapó, uma das muitas tribos que vivem daquele lado da Amazônia.

Cerca de 40 fiscais de cinco estados tentam combater o corte ilegal de madeira nas aldeias maranhenses, tarefa muitas vezes interrompida. "Além de danificar a estrada, às vezes, a gente acaba encontrando toras de madeira jogadas, na tentativa de impedir que se avance daquele timite", explicou Ciclene Brito, chefe da Divisão Técnico-Ambiental do Ibama.

A madeira estraída de modo criminoso enche os pátios das serrarias em operação no entorno da reserva. A carga apreendida até o momento, daria pra encher 45 caminhões.

 

Fonte: g1/ma 

Serrarias clandestinas são desmontadas no Maranhão

 

A operação reúne fiscais do Ibama de cinco Estados.
Corte ilegal de madeira ameaça três reservas indígenas no Maranhão.


Madeira apreendida é suficiente para encher 45
caminhões (Foto: Sidney Pereira)

Catorze serrarias clandestinas foram desmontadas em áreas próximas a três reservas indígenas, no noroeste do Maranhão. A operação reúne quarenta fiscais do Ibama de cinco Estados.

O corte ilegal de madeira ameaça três reservas indígenas no noroeste do Maranhão, Alto Turiaçu, Caru e Auá Guajá, onde vive uma das últimas tribos nômades da América do Sul. Fiscais do Ibama estão nas localidades para combate a ação dos medeireiros.

As serrarias que estão sendo desmontadas já foram embargadas pelo menos uma vez. Outras tiveram máquinas apreendidas e voltaram a funcionar. Desta vez, o Ibama está usando guinchos pra recolher os equipamentos.
A madeira apreendida era suficiente para encher quarenta e cinco caminhões. A carga estava estocada no pátio das serrarias, sem origem legal.

Os madeireiros utilizam documentação legal de planos de manejo para esquentar a madeira cortada ilegalmente nas aldeias.

Fonte: g1.globo/ma

Coca-cola pode acelerar compostagem

Imagen: allencheng/Creative Commons.

Descobrimos recentemente que adubo pode deixar você literalmente chapado, e agora temos mais um fato um tanto esquisito sobre a compostagem: a Coca-cola pode ser o ingrediente secreto que acelera o processo.
 
Entre as 5 utilidades da Coca além de bebê-la, citadas pelo site Stylelist.com, está a aplicação do refrigerante ácido e açucarado como “catalisador” do processo de compostagem.

“Uma garrafa de Coca pode vir a calhar se você se interessa por compostagem. É só despejar o refrigerante sobre a pilha. A essência levemente ácida da Coke ajuda a decompor a matéria orgânica, enquanto o açúcar ajuda a atrair microorganismos que auxiliam no processo”, esclarece o site.
Alguém já tentou fazer isso em casa?

Lembre-se: se a Coca é capaz de decompor matéria orgânica, pense no que ela está fazendo com os seus dentes...

-----------IMAGEM DO DIA---------

terça-feira, 27 de março de 2012

"Os brasileiros não querem o Código Florestal", diz diretor do Greenpeace

Em entrevista exclusiva ao iG, o sul-africano Kumi Naidoo explica como a questão ambiental se ganhou cunho político e econômico

 

Foto: Divulgação Greenpeace Ampliar
Kumi Naidoo, diretor executivo do Greenpeace: questões ambientais, políticas e econômicas estão se convergendo

 

O diretor executivo do Greenpeace, Kumi Naidoo, espera que as pessoas levem em conta quem controla as decisões políticas e quais os fatores que as levam a tomá-las. Em visita a Manaus para o lançamento da campanha Desmatamento Zero e também para participar do Fórum Mundial de Sustentabilidade, Naidoo conversou com o iG.

O sul-africano de 47 anos, que se tornou líder mundial da organização ambientalista em 2009, tem um histórico de luta contra o regime do apartheid em seu país. No comando do Greenpeace, foi expulso da Conferência do Clima em Durban por protestar contras o lobby das empresas.

Foi preso na Groenlândia ao tentar embarcar em uma plataforma de petróleo no oceano Ártico em junho de 2010. Em 2003, acompanhou o presidente Bill Clinton até o banheiro masculino do Fórum de Davos, na suíça, pois “sabia que ele teria um minutinho para me escutar”.

No Brasil, falou sobre o Código Florestal, a Rio+20, esteve no barco Rainbow Warrior e também falou sobre o lobby das empresas que acabam impedindo decisões políticas que contribuam para o desenvolvimento sustentável e a mitigação das mudanças climáticas.

iG: Como a visita do Rainbow Warrior ao Brasil pode ajudar no combate ao desmatamento?
 
Kumi Naidoo:
O tour do navio destacará áreas em que há desmatamento, portanto poderemos mostrar aos cidadãos do Brasil e de fora o que acontece. Em segundo lugar, queremos nos concentrar nas soluções. Queremos mostrar também coisas positivas, como o que vi na quinta-feira em um projeto de uma comunidade sustentável no Pará, que tirava sustento da floresta, mas sem lhe causar nenhum dano. Era tudo de modo sustentável, algo muito inspirador. Portanto, mostraremos aspectos ruins, mas também nos concentraremos nas soluções. Acredito que essa pesquisa pode ajudar o governo federal.

iG: O senhor participará dessa viagem?
 
Naidoo:
Ah, queria muito poder participar de toda a viagem, mas tenho outras crises na Ásia, portanto voltarei para lá nos próximos dias. Da outra vez que vim ao Brasil, fiquei por dez dias.

Foto: Maria Fernanda Ziegler Ampliar
Naidoo concede entrevista ao iG dentro do navio Rainbow Warrior

 
iG: Qual é a sua opinião sobre o novo Código Florestal?
 
Naidoo:
É um desastre colossal, que será um grande peso para todos os povos indígenas e pessoas que vivem na Amazônia. Será um desastre e, como resposta, procuramos meios legais que respeitem a Constituição Brasileira. Também queremos mostrar com a população atingida que, se de fato a maioria da população brasileira não quer esse código e assinar a proposta do Desmatamento Zero, o tiro sairá pela culatra para o agronegócio - que tem feito uma campanha tão agressiva. O mesmo ocorrerá com os políticos que assinaram contra a defesa da floresta e a favor de negócios, pois ficariam em uma situação muito embaraçosa. Os políticos precisam levar em conta a opinião pública que rejeita que as taxas de desmatamento voltem a subir mais uma vez.

iG: Para o senhor, haveria uma espécie de esquizofrenia por parte do país ao discutir o Código Florestal e ao mesmo tempo se sair tão bem em debates internacionais sobre meio ambiente?
 
Naidoo:
Sim, exatamente. Acredito que a presidenta Dilma Rousseff esteja sendo pressionada. Mas o fato é que a África já sente os efeitos das mudanças climáticas, e não esperamos que o Brasil, um país que sempre nos deu apoio em questões políticas e sociais muito difíceis, ameace a África da mesma maneira que os Estados Unidos em Europa fazem.

iG: O Greenpeace está planejando fazer alguma ação contra o Código Florestal?
 
Nadoo:
Não podemos dizer o que estamos planejando (risos).

iG: O que o senhor espera da Rio+20?
 
Naidoo:
Observando o cenário atual, vejo que a reunião do Rio tem menos chance por ter menos vontade política de reduzir ou converter essa possibilidade catastrófica. O que está faltando, claramente, é vontade política. Essa é a grande ausência para resolver as coisas. Convido vocês a olharem o discurso que o presidente Lula fez na conferência climática de Copenhagen, em 2009. O que ele falou não é muito diferente do que está sendo dito aqui. A diferença é que foi reconhecida a crise e a importância do fenômeno das mudanças climáticas, mas o que vemos hoje é que continua havendo a ausência das ações concretas para combater esse problema.

iG: Os problemas ambientais se tornam cada vez mais problemas econômicos e diplomáticos. Como a preocupação ambiental pode resolver também problemas de injustiças socioeconômicas?
 
Nadoo:
Atualmente vivemos em uma conversão de crises: a financeira, econômica, social, a de alimentos, da pobreza... Todas elas vieram e estão concentradas. Responderia a todas essas crises como uma coisa só. O resultado seria muito mais impactante do que tratá-las como se fossem questões completamente independentes. Por exemplo, o desemprego é um problema para muitos países, mudanças climáticas e emissões de carbono também o são. Podemos lidar com isso com o investimento de tecnologia para energia renovável. Cria-se a oportunidade de empregos verdes em energia solar, eólica, mas também tratando da eficiência, pois a realidade é que 50% da energia produzida é quase toda perdida. Poderíamos colocar milhares de pessoas no setor de construção para o retrofit (termo utilizado na arquitetura para nomear reformas mais amplas com modificação do uso dos edifícios) de plantas e prédios já existentes. Infelizmente os políticos não conseguem juntar esses pontos e, sabe por quê? Por causa do lobby das empresas. A realidade é que interesses por petróleo, agronegócio, gás estão moldando as decisões dos políticos, tirando o poder do que as pessoas desejam. Para mim, os brasileiros precisam levar em consideração e fazer seus próprios julgamentos sobre quem controla as decisões e o que o leva a tomá-las.

iG: Se o senhor pudesse banir a energia nuclear do mundo, qual fonte energética você escolheria para substituí-la?
 
Naidoo:
Não precisamos mais fazer nenhuma campanha contra energia nuclear, pois ela é muito custosa, cara e uma solução falsa para a mudança climática, que deixará de ser usada de qualquer forma. Portanto, precisamos pensar num cenário de revolução energética, de um mix de fontes de energia apropriado a cada país para garantir a eficiência. Veja só a Groenlândia. Ela é 100% geotérmica, e não vamos sugerir eólica para lá, por exemplo. Não é algo para ser prescrito, mas que precisa ser estudado. É necessário analisar a realidade do lugar, pois é necessário estabelecer um cenário de revolução energética para que entre em vigor agora e possibilite que, em 2050, os países se tornem neutros em carbono. Veja o caso do Japão que, após o acidente na usina nuclear de Fukushima, teve 54 reatores nucleares que foram desativados. Em poucos dias, os dois reatores que restam serão desativados também. E não há nenhum problema de fornecimento de energia. É o que digo: as companhias energéticas muitas vezes empurram soluções para o consumidor que são mais caras e menos eficientes que as energias alternativas.

*A repórter viajou a convite do Fórum Mundial de Sustentabilidade
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Mercado não resolve problemas ambientais, diz representante do MST

 
O representante da Via Campesina e do MST/RJ (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Marcelo Durão, disse que os problemas ecológicos, do ambiente, do trabalho e das cidades não são resolvidos pelo mercado ou pelas "falsas soluções" que ele apresenta.

Durão pretende fazer na Cúpula dos Povos, que ocorrerá paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho próximo, no Rio, uma reflexão sobre as causas estruturais do sistema econômico que vigora hoje no mundo e como elas afetam os territórios, tanto nas cidades quanto no campo.
 
Durante a cúpula, que se estenderá de 15 a 23 de junho, as diversas ONGs (organizações não governamentais) brasileiras e internacionais planejam apresentar experiências concretas que os povos vêm fazendo em todo o mundo.

"E que, para nós, são as verdadeiras soluções de preservação ambiental e de respeito (ao ambiente), que socializam a riqueza e fazem uma lógica totalmente diferente da que está sendo proposta pela Rio+20, que pretende resolver os problemas pelo mercado."
 
Durão assegurou que a contribuição das ONGs que participarão da Cúpula dos Povos será de crítica na Rio+20. "Vamos tentar propor outro paradigma, outra sociedade e outra visão para a solução dos problemas ambientais e de acúmulo e concentração de riqueza".
 
Ele não tem dúvida de que existem soluções diferentes e que não passam, necessariamente, pela elaboração de grandes acordos, como os que estão sendo feitos entre chefes de Estado e grandes corporações.
 
A ideia é mostrar soluções que envolvam a sociedade civil na prática. Instituições do Cerrado brasileiro, por exemplo, querem demonstrar a experiência das cisternas comunitárias; os agricultores familiares pretendem apresentar experiências da agroecologia, que se contrapõem ao agronegócio. "Não só ficar na crítica, mas mostrar que existem soluções concretas para os problemas que estão aí."

Membro do Comitê Facilitador da Sociedade Civil na Rio+20, pelo lado brasileiro, Durão revelou que alguns temas já definidos para debates coletivos na Cúpula dos Povos são direitos humanos e territoriais (campo e cidade); bens comuns; agricultura e soberania alimentar; soberania energética e indústria; valores e paradigmas.
 
A Cúpula dos Povos pretende lançar um documento geral, além dos temáticos, ao fim do evento. "Os objetivos nossos são tentar uma agenda global unificada, tanto de luta, de mobilização, quanto de denúncia das falsas soluções, e uma rearticulação global, nos moldes do que a gente conseguiu fazer na Alca [Área de Livre Comércio das Américas]" - tratado de comércio proposto pelos Estados Unidos em 1994, com o objetivo de eliminar barreiras alfandegárias entre os 34 países da região.
 
Durão disse ainda que a proposta agora é articular as organizações, com a finalidade de pensar questões maiores que ultrapassem a cúpula. "A Cúpula dos Povos é um processo dentro de tudo que a gente tem feito. Existe a clara noção de que o evento não se encerrará em si mesmo, mas terá continuidade."

Para a Via Campesina, a expectativa é pessimista em relação à Rio+20. Durão apontou as grandes corporações como os principais vilões da crise financeira, iniciada em 2008, e da atual crise econômica que se expande na Europa, na medida em que conseguem colocar seus interesses acima (dos interesses) do Estado.
 
Para ele, as estratégias formuladas têm como única meta centralizar e acumular riqueza nas grandes corporações. Essas estratégias, acrescentou, não visam, de fato, a solucionar problemas como os que estão ocorrendo no mundo, entre eles as mudanças das leis trabalhista e ambiental.

"A mudança do Código Florestal vai possibilitar o desmatamento e a entrada do agronegócio em 8.000 hectares que ainda estão intocáveis", disse. Ele classificou como cilada um dos temas que serão abordados na Rio+20, que é a economia verde. "Você tenta travestir de verde o mau e velho capitalismo".
 
Segundo Durão, trata-se das mesmas estratégias do passado, "só que, agora, com foco ambiental e climático".
 
No fundo, permanecem as metas de descentralização e acúmulo de riquezas, às quais se somam elementos voltados à sustentabilidade, como fontes renováveis de energia, serviços ambientais, sequestro de carbono, declarou.
 
"Essas estratégias que permeiam as empresas, como educação ambiental para uma comunidade que está sendo atingida por mineração, por exemplo, não solucionam o problema ambiental".

Na visão do representante da Via Campesina e do MST/RJ, a Rio+20 pode ser um grande sucesso "para as grandes corporações e as empresas". Ele considera que a grande diferença entre a Rio-92 (Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em 1992, também no Rio de Janeiro) e a Rio+20 é que, na primeira, o diálogo e os questionamentos eram feitos diretamente entre os chefes de Estado, nações e a sociedade. "A sociedade está de fora. Hoje, o diálogo é entre chefes de Estado e nações com grandes corporações."



Fonte: JMA 

segunda-feira, 26 de março de 2012

Cabines telefônicas abandonadas se convertem em bibliotecas comunitárias em NY

Imagens: John Locke.

As cabines telefônicas podem estar com os dias contados em Nova York: com a invasão dos smartphones, e do vandalismo e falta de manutenção generalizados, talvez esteja na hora de repensar sua utilidade.

A proposta do arquiteto John Locke é transformar as cabines em bibliotecas comunitárias, com estantes em cores vivas e caixas para devolução de livros, à semelhança das bibliotecas tradicionais.



Assim como os projetos similares instalados em Los Angeles e na Inglaterra, a versão nova-iorquina integra o projeto DUB (sigla em inglês para “Departamento de Melhorias Urbanas”, de Locke).

Ao observar que as 13.569 cabines telefônicas da cidade competiam com 17 milhões de celulares, o arquiteto se perguntou se constituíam “um anacronismo ou uma oportunidade”, como ele mesmo descreve:

“Embora tenham se tornado obsoletas pela onipresença dos smartphones, as cabines me interessam por serem anacrônicas e cotidianas. São relíquias, uma tecnologia morta à beira da obsolescência, remetendo a um espaço compartilhado que talvez perca toda a sua utilidade. É algo nostálgico, já que não consigo pensar em uma cabine telefônica sem evocar imagens de uma senhora impaciente, batendo na porta enquanto eu tentava completar uma ligação do lado de dentro. É claro que hoje são um tanto inconvenientes, meros outdoors para pedestres que ocupam espaço em determinados bairros (é difícil achar um telefone público em Tribeca, onde há oito cabines distantes entre as ruas 108 e 109 e a Avenida Columbus). Mas também podem ser um espaço de oportunidades, um lugar para encontrar os vizinhos e compartilhar um bom livro”.

Locais diferentes, resultados diferentes

Usando livros doados, Locke montou uma primeira versão em um bairro mais afastado, onde os livros sumiram em seis horas e as prateleiras foram roubadas em pouco mais de uma semana. A segunda versão (foto abaixo), instalada a oito quadras, saiu-se bem melhor, graças à mudança de local e à implementação de um sistema de organização digno de Melvin Dewey, além da inserção do logo do projeto DUB.



CPFL Renováveis conclui compra de parques eólicos no Sul

 

Com potência instalada total de 120 megawatts, os empreendimentos estão localizados no município de Palmares do Sul

 

A compra dos parques ocorreu por meio da aquisição das ações das sociedades Atlântica I, II, IV e V, responsáveis pelas usinas eólicas

 

São Paulo- A CPFL Renováveis, empresa de energias alternativas do grupo CPFL, informou nesta segunda-feira que concluiu na última sexta-feira a aquisição da totalidade de quatro parques eólicos da Cobra Instalaciones y Servicios, anunciada em 13 de janeiro.

Com potência instalada total de 120 megawatts (MW), os empreendimentos estão localizados no município de Palmares do Sul (RS).

A compra dos parques ocorreu por meio da aquisição das ações das sociedades Atlântica I, II, IV e V, responsáveis pelas usinas eólicas e que têm autorização para produção independente de energia eólica por 35 anos.

Fonte: exame 

Ministra admite que suspensão de multa a agricultor que descumpriu regra ambiental pode ser prorrogada


Por Carolina Gonçalves
Brasília – O governo pode prorrogar o decreto que suspende a aplicação de multas aos agricultores que descumpriram as regras de regularização fundiárias e ambientais estabelecidas em 2008. A medida valeria até 11 de abril, mas, com a falta de entendimento sobre o texto do Código Florestal que tramita no Congresso Nacional, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que a suspensão das multas pode ser estendida por mais tempo.

“Se tiver necessidade de prorrogar o decreto para construir uma decisão que seja de sustentabilidade das atividades florestais e da biodiversidade, não tenho dificuldade de propor a prorrogação do decreto”, ponderou a ministra.

Izabella Teixeira ainda reafirmou que o governo não pretende flexibilizar as negociações sobre o texto que tramita na Câmara dos Deputados. “A posição que tenho como governo é defender a proposta do Código [Florestal] aprovada pelo Senado. Eu estou trabalhando com estratégia de convencimento. O que queremos é que tenha um entendimento com convergência e o que tem convergência é o texto do Senado.”

Depois de acompanhar apresentação da oceanógrafa Sylvia Earle¸ ex-cientista chefe da Agência Americana para Oceanos e Atmosfera (Noaa), sobre os ecossistemas marinhos, na sede do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), a ministra anunciou um acordo com o Banco Mundial (Bird) que vai garantir recursos para mapear a biodiversidade marinha brasileira.

O documento deve ser assinado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. De acordo com a ministra, o projeto, que ela denominou como “GEF Marinho” referindo-se ao fato dos recursos virem do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), contará com US$ 20 milhões do Bird e US$ 90 milhões da Petrobras.

“Esse dinheiro vem exatamente para revisitar as áreas sensíveis, recolocar o peso de conservação dessas áreas e trabalhar com atores que atuam nesse cenário, como portos, a indústria de petróleo e o setor da pesca, estudando como avançar na conservação da biodiversidade marinha”, explicou Izabella Teixeira.

A oceanógrafa americana destacou que “o petróleo é importante, mas temos também outros valores nos oceanos aos quais ainda não podemos atribuir valores, como os recifes de corais”. 
Para Sylvia Earle, o país precisa vincular as atividades econômicas à conservação da biodiversidade marinha e investir mais na segurança das atividades energéticas no mar. “Espero que não aconteça na exploração de águas profundas, no Brasil, catástrofes como a que ocorreu no Golfo do México”, disse.

Supermercados descumprem acordo pelo fim da distribuição de sacolas

Os supermercados paulistas são obrigados a fornecer embalagens para as compras até três de abril. l Foto: Elza Fiuza/ABr
 
A Associação Paulista de Supermercados (Apas) apoiou o fim da distribuição gratuita de sacolas plásticas. No entanto, algumas regras foram descumpridas e até o momento 18 supermercados já foram autuados pelo Procon da cidade de São Paulo.

O acordo entre o setor e o Ministério Público Estadual, contendo as regras de transição para o fim das sacolinhas plásticas descartáveis, foi assinado no dia três de fevereiro. Desde então, a medida vem causando polêmica. É normal que a população leve certo tempo para acostumar-se aos novos hábitos, mas o transtorno poderia ser menor se os supermercados facilitassem o período de adaptação.

Dos 66 estabelecimentos fiscalizados, 18 não respeitaram pelo menos um ponto das regras do acordo. Para evitar disputas na Justiça, foi firmado um contrato extrajudicial chamado de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). Foi concordado que os supermercados paulistas são obrigados a fornecer embalagens para as compras até três de abril. Mas, na prática nem todos cumprem o combinado.

Esta inspeção nos supermercados só aconteceu após denúncias de consumidores. As multas que serão aplicadas variam de R$ 430 a R$ 6,3 milhões, pois depende da gravidade da infração. Nos próximos dias os nomes das redes que desrespeitaram a regra devem ser divulgados.

"Um dos autuados não fornecia alternativa gratuita aos consumidores, o que caracteriza prática abusiva pelo artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor", disse Renan Ferraciolli, diretor de fiscalização do Procon-SP, à Folha de S. Paulo.

Alguns estabelecimentos foram autuados pela falta de informação ao consumidor, seja com cartazes, folders ou qualquer outro meio de comunicação. Mesmo assim, o diretor de sustentabilidade da Apas (Associação Paulista de Supermercados), João Sanzovo, afirma que estas situações não refletem a ação da maioria dos associados. As empresas ainda podem recorrer das autuações no Procon. Com informações da Folha de S. Paulo.

 

sábado, 24 de março de 2012

Greenpeace lança campanha pelo desmatamento zero


Em evento a bordo do navio Rainbow Warrior, em Manaus, a organização ambientalista Greenpeace lançou projeto para coletar 1,4 milhão de assinaturas. O objetivo é levar ao Congresso uma proposta de lei de iniciativa popular para zerar a taxa de desmatamento no Brasil.

“O Brasil devasta muita floresta há muito tempo, sempre em nome do desenvolvimento. Esse modelo, que não fazia sentido no passado, faz menos ainda no presente”, diz Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil. “As florestas são parte da identidade do brasileiro. E garantir a sua sobrevivência é garantir nosso bem-estar futuro. Zerar o desmatamento é a forma mais barata e rápida de o Brasil contribuir para a mitigação do aquecimento global.”

A organização lembra que são as matas que regulam os ciclos climáticos, e garantem as chuvas que irrigam e mantêm o vigor da agricultura. “Graças a elas e à sua biodiversidade, que podemos viver num país que é lindo por natureza,” diz em nota.

“Infelizmente, no debate do Código Florestal, os políticos ignoraram os alertas dos cientistas e os anseios da população. Escreveram um texto que vai contra a preservação florestal”, diz Paulo Adario, diretor da campanha Amazônia do Greenpeace. “A lei do Desmatamento Zero é a resposta da sociedade civil a esse atropelo.”

Segundo o Greenpeace, acabar com o corte indiscriminado de árvores não é um sonho impossível. Tampouco impede o desenvolvimento. O Brasil se tornou a sexta economia do mundo, o maior exportador de carne e o segundo maior em grãos. E conseguiu esse feito ao mesmo tempo em que controlava o desmatamento na Amazônia: de um pico de 27 mil quilômetros quadrados em 2004, o índice caiu para cerca de seis mil em 2011.

A ONG ressalta que a lei do Desmatamento Zero não pretende transformar em crime todo corte de árvore. Ela serve para proteger as florestas da derrubada em larga escala e permite o aproveitamento de madeira, desde que feita de forma sustentável, com acompanhamento técnico.

Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, sustenta que a aprovação dessa lei colocará o Brasil em uma posição privilegiada. “Há vários países do mundo que pararam de desmatar suas florestas faz mais de um século”, disse. “Há novas potências econômicas surgindo. E, nessa corrida, o Brasil é indiscutivelmente a nação com mais condições de se destacar como a primeira potência econômica e ambiental da história.”

Esta será a primeira vez que o navio Rainbow Warrior visita o Brasil e seu roteiro inclui, além de Manaus, escalas em Belém, Recife, Salvador, Rio – onde participa da Rio+20, em junho – e Santos. Nessas cidades, o navio será aberto para visitação e palco de manifestações públicas e políticas.

Clique aqui para assinar a petição pela lei do Desmatamento Zero.

Projeto quer obrigar reaproveitamento de águas em edifícios

Água potável é um bem muito precioso para ficar indo para o ralo. Projeto de lei quer tornar obrigatório reaproveitamento de água nos edifícios do Brasil. Foto: Carolina Türck

Um projeto que pretende mudar a maneira como utilizamos a água nas nossas casas está passando pela Câmara em caráter conclusivo. Trata-se do Projeto 2457/11, que determina a instalação de sistemas de coleta, tratamento e reutilização de água da chuva e de águas já utilizadas ─ aquelas da máquina de lavar, do banho ─ que podem ser utilizadas para uso menos nobre que o consumo para beber, como lavar o carro, o quintal ou dar descarga na privada. A proposta já foi aprovada pelo Senado e, agora, será analisada pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara.

O texto modifica o
Estatuto da Cidade e inclui a adoção desse sistema de reaproveitamento de água nas diretrizes gerais na lei, mas estabelece que a regulamentação da lei caberá aos municípios, de acordo com as especificidades locais. Além disso, altera a Lei 4.380/64 para determinar a instalação desses sistemas em edifícios de uso coletivo construídos com recursos do Sistema Financeiro da Habitação. Segundo o Artigo 13-A do projeto, sempre que comprovadamente viável, os edifícios construídos com recursos do Sistema Financeiro da Habitação deverão prever “sistemas de coleta, armazenamento e utilização de águas pluviais”.

De acordo com Projeto de Lei 2457/11, as edificações deverão instalar sistemas dessa natureza se houver viabilidade técnica e econômica. No caso de impossibilidade técnica, deverão ser implementadas medidas compensatórias pelo uso da água que atendam a metas de redução do consumo estipuladas pelo município.


No texto original da proposta, do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), ficava determinado o prazo de 360 dias, contado da publicação da lei, para que “as edificações existentes” instalem os mencionados sistemas de reaproveitamento. “Havendo impossibilidade técnica, impor-se-iam medidas compensatórias de restrição ao consumo da água.” Essa parte do texto teve que ser tirada porque era inconstitucional, já que é competência dos municípios o planejamento e a execução da política de desenvolvimento urbano, como determina o art. 182 da Constituição.


A relatora do texto na Câmara, deputada Marina Santanna (PT-GO), anunciou que 14 projetos tramitam em conjunto com o texto já aprovado no Senado. Entre várias propostas, as que preveem concessão de incentivos fiscais para quem investir na coleta e reaproveitamento das águas da chuva são ressaltadas pela relatora.


Depois de analisado pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a proposta seguirá para apreciação das comissões de Minas e Energia; de Desenvolvimento Urbano; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovado, começará a valer após 90 dias de após da sua publicação. *
Com informações da Agência Câmara de Notícias.

Fonte: oeco

Meio Ambiente por Inteiro fala sobre saneamento básico


O saneamento básico está em destaque no programa Meio Ambeinte por Inteiro desta semana.

Entendido como o conjunto de procedimentos adotados em uma determinada região para proporcionar uma situação higiênica e saudável aos habitantes, o saneamento básico é indispensável para o bem-estar coletivo. O tema é discutido pelo especialista em infraestrutura de saneamento básico do Ministério das Cidades, Yuri Della Giustina, e a representante auxiliar do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil (UNPFA), Thaís Santos. 

No programa, os especialistas também falam sobre a Lei 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais e a política federal de saneamento básico. De acordo com a norma, os serviços públicos devem ser prestados com base nos princípios da universalização do acesso e da integralidade. No estúdio, os convidados destacam ainda, que a população precisa ter acesso ao serviço de acordo com as suas necessidades, e que essa prestação deve estar de acordo com a segurança da vida e do patrimônio público e privado, em todas as áreas urbanas.

O Meio Ambiente por Inteiro, inédito, vai ao ar neste sábado, às 19h. Horários alternativos: domingo, 08h; terça-feira, 18h; quarta-feira, 10h. 

quinta-feira, 22 de março de 2012

Dia Mundial da Água – 22 de Março



A ONU instituiu o dia 22 de Março como o Dia Mundial da Água, a  data foi criada no ano de 1992 com o intuito de que anualmente o dia 22 de Março seja um dia dedicado a a discussão e a reflexão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural. Apesar de 2/3 do planeta Terra ser recoberto por água, apenas 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). A intenção é não só no Dia Mundial da Água, mas em todos  os dias de nossas vidas, nos preocuparmos e elaborarmos medidas práticas para resolver o problema.

Por isso é importante que os pais dêem exemplos em casa para os filhos, afinal a educação nasce em casa. Se todos pouparmos, não faltará água em nosso futuro. Sem água, todos os seres humanos, animais e plantas do planeta Terra poderão morrer. Vamos despertar a consciência ecológica da população e dos governantes de todo o mundo.

Ajude você também a divulgar medidas de economia de água, para que todos possam continuar usufruindo deste bem tão precioso que nos foi dado de graça pelo Criador. Em todos os dias do ano esteja atento para não desperdiçar água,  reutilizar a água em diversas situações, economizar água na hora do banho, na hora de lavar a louça, e até na hora de lavar os dentes.

Você já conhece a Declaração Universal dos Direitos da Água?

Saiba mais abaixo:

Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º – A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º – A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º – Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º – O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º – A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º – A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º – A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º – A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º – A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º – O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.